O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) cancelou sua viagem à Rússia, onde participaria da Cúpula dos Brics, após sofrer uma queda doméstica no último sábado (19).
Por recomendação médica, Lula foi orientado a evitar longas viagens, o que o levou a desmarcar sua presença física no evento, que ocorre entre os dias 22 e 24 de outubro em Kazan, na Rússia.
Ligação com Putin
Na manhã desta terça-feira (22), Lula conversou por telefone com o presidente russo, Vladimir Putin, que sedia a cúpula.
A ligação, que durou cerca de 20 minutos, ocorreu no lugar do encontro presencial. De acordo com nota divulgada pelo governo brasileiro, Putin lamentou que Lula não pudesse participar fisicamente do evento e perguntou sobre o estado de saúde do presidente.
O comunicado oficial, porém, não detalha outros tópicos discutidos na conversa.
Apesar da ausência física, Lula participará virtualmente das reuniões da cúpula. O Brasil será representado presencialmente pelo ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, que embarcou para a Rússia na noite de domingo (20).
Queda doméstica de Lula
Lula sofreu a queda enquanto estava no banheiro do Palácio do Alvorada, em Brasília, e precisou ser atendido no Hospital Sírio-Libanês.
Ele sofreu um ferimento na parte de trás da cabeça, mas, após exames, foi liberado para continuar suas atividades normais de trabalho, com a única restrição de evitar viagens aéreas longas enquanto se recupera.
Participação nos Brics
A Cúpula dos Brics reúne Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul para discutir temas globais relevantes.
Durante o evento, Lula pretendia, entre outros pontos, buscar o apoio da Rússia e da China para a reformulação do Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU), um tema prioritário para o Brasil.
Em seu discurso, estava previsto que o presidente discutisse a necessidade de uma reforma na ONU em 2025, quando a Carta das Nações Unidas completará 80 anos.
Outros tópicos de destaque na cúpula incluem a discussão sobre uma nova moeda alternativa ao dólar e a criação de um sistema de pagamentos internacionais que independa das sanções e pressões econômicas impostas por algumas potências.
A expansão do bloco, com a criação da categoria de “países parceiros” e a possível adesão de novos membros permanentes, também está na pauta.