Política

Lula sobre denúncia contra Bolsonaro: culpados devem pagar pelo erro

Presidente defende ampla defesa dos acusados, mas menciona indícios de planos para assassiná-lo

Lula

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) comentou nesta quarta-feira (19) a denúncia apresentada pela Procuradoria-Geral da República (PGR) contra o ex-presidente Jair Bolsonaro e outros 33 suspeitos de planejarem um golpe de Estado entre 2021 e 2023.

Embora tenha evitado opinar diretamente sobre o caso, Lula defendeu o direito à ampla defesa, mas ressaltou a gravidade das acusações.

Lula sobre direito à defesa e consequências

Durante uma cerimônia no Palácio do Planalto ao lado do primeiro-ministro de Portugal, Luís Montenegro, Lula afirmou que não cabe a ele julgar o caso, mas que, se comprovada a culpa dos denunciados, “eles terão que pagar pelo erro que cometeram”.

“Eu não vou comentar um processo que está na Justiça. O que eu posso dizer é que, nesse país, no tempo em que eu governo o Brasil, todas as pessoas têm direito à presunção de inocência. Se provarem que não tentaram dar golpe e que não tentaram matar o presidente, o vice e o presidente do Tribunal Superior Eleitoral, ficarão livres e serão cidadãos que poderão transitar pelo Brasil inteiro”, declarou Lula.

Ele reforçou que os acusados terão o direito de recorrer à Suprema Corte e se defender plenamente. “Se na hora que os juízes forem julgar, chegarem à conclusão que são culpados, eles terão que pagar pelo erro que cometeram”, acrescentou.

Acusações e repercussão

A denúncia da PGR foi formalizada na terça-feira (18) e inclui acusações de que Bolsonaro e seus aliados teriam planejado um golpe para evitar sua derrota nas eleições de 2022 e impedir a posse de Lula.

Entre os elementos que embasam a acusação está a delação de Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, cujo conteúdo foi tornado público pelo ministro Alexandre de Moraes, relator dos inquéritos no Supremo Tribunal Federal (STF).

Um dos pontos mais graves da investigação é a suspeita de que o plano golpista envolvia a possibilidade de assassinar Lula, o vice-presidente Geraldo Alckmin e o ministro Alexandre de Moraes, presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) à época das eleições.