Na manhã de segunda-feira (21), o ministro das Relações Exteriores do Brasil, Mauro Vieira, chegou a Moscou para participar da 16ª cúpula do BRICS, que ocorre de 22 a 24 de outubro.
Questionado por jornalistas sobre a possibilidade de discussão do conflito entre Rússia e Ucrânia no encontro, Vieira afirmou que o foco da cúpula será a cooperação entre os países membros do bloco, rejeitando a possibilidade de incluir a Ucrânia nas conversas sobre expansão do BRICS.
“Aqui nos BRICS o tema é a cooperação entre os membros,” reforçou Vieira. Ele destacou que a agenda do encontro está centrada no fortalecimento da parceria entre os países do BRICS — atualmente Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul.
Com a participação de novos países que ingressaram recentemente, como Irã, Arábia Saudita, Emirados Árabes Unidos, Egito e Etiópia, o bloco está se expandindo, consolidando-se como um contrapeso econômico aos blocos ocidentais, especialmente o G7.
Expansão do BRICS e novos membros
A expansão do BRICS será um dos principais temas do encontro, e Vieira ressaltou que cerca de 30 países manifestaram interesse em aderir ao bloco como membros associados.
Essa proposta de ampliação já vem sendo discutida entre os chefes de Estado e deverá incluir critérios específicos para a admissão de novos participantes, como explicou o chanceler.
Questionado sobre a possibilidade de outros países latino-americanos, como a Venezuela, entrarem no grupo, Vieira afirmou que “todos os países candidatos têm chance”, deixando em aberto o debate sobre a inclusão de nações que compartilhem afinidades políticas e econômicas com os membros atuais.
Mauro Vieira está representando o Brasil na cúpula após o presidente Luiz Inácio Lula da Silva ser aconselhado a evitar viagens internacionais devido a um acidente doméstico ocorrido no dia 19.
Discussões sobre alternativas econômicas
Outro tema central do encontro será a busca por alternativas ao dólar em transações comerciais entre os países do BRICS.
Essa pauta mostra a crescente preocupação do bloco em reduzir a dependência de economias ocidentais, especialmente dos Estados Unidos, e fortalecer instituições financeiras alternativas ao Fundo Monetário Internacional (FMI) e ao Banco Mundial, que têm a liderança dos países do G7.
Atualmente, o BRICS representa cerca de 36% do Produto Interno Bruto (PIB) global, superando o G7, que responde por 30%.
Em termos populacionais, o BRICS concentra aproximadamente 42% da população mundial, o que aumenta sua influência nas decisões globais, principalmente na área econômica.