Escândalo político

MPT instaura inquérito para investigar acusações de assédio sexual contra Silvio Almeida

A decisão do órgão sucede denúncias feitas a partir do portal de notícias Metrópoles e de uma denúncia anônima recebida pela Procuradoria Regional do Trabalho no Distrito Federal e no Tocantins (PRT-10)

Silvio Almeida, ministro dos Direitos Humanos do governo Luiz Inácio Lula da Silva (PT)
Silvio Almeida, ministro dos Direitos Humanos do governo Luiz Inácio Lula da Silva (PT) | Tânia Rego, da Agência Brasil

O Ministério Público do Trabalho (MPT) anunciou nesta terça-feira (10) a instauração de um inquérito civil para investigar as recentes acusações de assédio sexual contra o ex-ministro dos Direitos Humanos e da Cidadania, Silvio Almeida.

A decisão do órgão sucede denúncias feitas a partir do portal de notícias Metrópoles e de uma denúncia anônima recebida pela Procuradoria Regional do Trabalho no Distrito Federal e no Tocantins (PRT-10).

Denúncias e procedimentos

De acordo com a assessoria do MPT, a denúncia anônima surgiu após o portal Metrópoles divulgar que um grupo de mulheres procurou a organização Me Too Brasil para relatar casos de assédio sexual perpetrados por Almeida.

O procurador do Trabalho decidiu instaurar o inquérito civil de ofício, ou seja, sem provocação direta de uma parte interessada, o que evidencia a necessidade de investigação dos fatos.

O MPT não forneceu detalhes adicionais sobre o andamento do processo devido à natureza sigilosa do inquérito.

Resposta da defesa de Silvio Almeida

A defesa de Silvio Almeida, consultada pela Agência Brasil, declarou que ainda não recebeu notificação oficial sobre o inquérito e que vai aguardar para se pronunciar quando for oportuno.

O ex-ministro negou as acusações, qualificou-as como “mentiras” e “ilações absurdas” em uma nota divulgada na quinta-feira (5).

Almeida alegou que as acusações não têm materialidade suficiente para serem consideradas crimes.

Investigação nas mãos da Polícia Federal

A Polícia Federal (PF) também investiga as denúncias e planeja ouvir tanto as vítimas quanto o ex-ministro nos próximos dias.

Além disso, a Comissão de Ética Pública da Presidência da República abriu um procedimento preliminar sobre o caso.

Posição de Anielle Franco e afastamento temporário

Entre as alegadas vítimas está a ministra da Igualdade Racial, Anielle Franco (PT-RJ), que foi mencionada como alvo de importunação sexual.

Embora ainda não tenha se pronunciado publicamente sobre o caso, a ministra divulgou uma nota em suas redes sociais e pediu respeito à sua privacidade.

“Peço que respeitem meu espaço e meu direito à privacidade. Contribuirei com as apurações, sempre que acionada”, afirmou Anielle Franco.

Na edição extra do Diário Oficial da União (DOU) de segunda-feira (9), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) concedeu cinco dias de férias à ministra, que se afastou de suas funções até a próxima sexta-feira (13).

Ações da defesa e controvérsias

Em resposta às acusações, a defesa de Almeida acionou a Justiça Federal na sexta-feira (6) e solicitou esclarecimentos sobre as denúncias apresentadas pela organização Me Too.

A organização informou à Agência Brasil que ainda não foi notificada da interpelação judicial.

O advogado Thiago Turbay, um dos representantes legais de Almeida, ressaltou que a ação visa esclarecer os fatos, sem a intenção de constranger as vítimas.

Este caso continua em desenvolvimento, e o MPT, assim como outras instituições envolvidas, devem fornecer atualizações à medida que a investigação avança.

As informações são de Agência Brasil.