Reeleito para mais quatro anos como prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes (MDB) declarou em entrevista ao Metrópoles seu apoio ao governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), para a candidatura à Presidência da República em 2026.
Segundo Nunes, a lealdade demonstrada por Tarcísio durante a campanha eleitoral foi essencial para sua reeleição, o que justifica sua defesa pelo governador como um nome competitivo para a sucessão presidencial, especialmente se o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) permanecer inelegível até lá.
“Se Tarcísio vencer a eleição e me convidar para ser ministro, aceitaria trabalhar com ele”, afirmou o prefeito, que promete cumprir seu mandato (2025-2028) até o fim, sem intenção de concorrer ao governo estadual, mas aberto a um cargo federal.
Avaliação da campanha de Nunes e apoio político
Durante a campanha, Nunes contou com o apoio do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e de Tarcísio de Freitas (Republicanos), e derrotou o deputado federal Guilherme Boulos (PSOL), que recebeu o apoio do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
Com mais de 1 milhão de votos de vantagem no segundo turno, o prefeito mencionou que a presença do candidato Pablo Marçal (PRTB) na disputa foi um fator decisivo para que o pleito fosse decidido apenas no segundo turno.
Mesmo com o distanciamento de Jair Bolsonaro durante o processo eleitoral, Nunes considera sua reeleição como uma vitória também para o ex-presidente.
Ao comentar sobre a escolha de sua equipe, Nunes afirmou que vai manter uma composição diversa, baseada em competência e necessidade, sem foco em distinções ideológicas.
Gestão de Nunes em São Paulo: novos projetos e continuidade de programas
Ao ser questionado sobre sua marca de gestão, Nunes disse que prefere focar em realizações práticas que tragam benefícios diretos para a população.
Em seu primeiro mandato, lançou programas como o Faixa Azul, voltado ao transporte público, e o Domingão Tarifa Zero, que isenta os usuários do transporte municipal aos domingos.
Para os jovens, destacou a Rede da Hora, com cursos voltados para economia criativa, e o Avança Tech, que oferece capacitação tecnológica em parceria com o Centro Paula Souza.
Entre os projetos previstos para o segundo mandato estão a expansão do programa habitacional “Pode Entrar” e a inauguração do “Centro TEA”, voltado ao atendimento de pessoas com Transtorno do Espectro Autista.
Nunes anunciou ainda o “Paulistão da Saúde”, uma central de serviços de saúde que vai concentrar consultas e exames para facilitar o acesso dos paulistanos.
Investimentos e prioridades na reciclagem e infraestrutura urbana
Outro tema abordado foi a renovação dos contratos com as concessionárias de coleta de lixo, que atualmente reciclam apenas 2% dos resíduos coletados na cidade.
O prefeito estabeleceu a meta de aumentar esse índice para 6%, conforme o Marco do Saneamento, com investimentos em seis novos ecoparques.
Atualmente, a coleta seletiva cobre mais de 70% da cidade, mas o plano seria ampliar esse serviço e reforçar a reciclagem.
Nunes também comentou o futuro do Minhocão, que permanece judicializado.
Em seu plano, a desativação da via elevada que corta o centro de São Paulo ocorreria apenas após a construção de uma extensão da Avenida Marquês de São Vicente até o Tatuapé, o que ajudaria a absorver o trânsito da região central.
Segundo o prefeito, existe ainda um pré-projeto para interligar o Minhocão ao Parque Augusta e transformar a área em um espaço público mais atrativo.
Recado ao Governo Federal por causa da Enel e planos de longo prazo
Durante a entrevista, Nunes cobrou uma postura mais firme do governo Luiz Inácio Lula da Silva (PT) em relação à Enel, concessionária responsável pelo fornecimento de energia em São Paulo, com críticas à baixa qualidade do serviço.
Ele afirmou que os moradores de São Paulo esperam uma solução definitiva para o problema e que, com o respaldo eleitoral, vai buscar medidas para solucionar a questão junto ao governo.
Para o novo mandato, Nunes promete fortalecer os investimentos em áreas essenciais e subir a posição de São Paulo no Índice de Desenvolvimento Básico (Ideb).
As informações são de Metrópoles.