A família de um menino de 11 anos está revoltada após o candidato à Prefeitura de São Paulo, Pablo Marçal (PRTB), expor a criança em suas redes sociais e em entrevistas de televisão.
O episódio aconteceu durante uma agenda de campanha na zona norte de São Paulo, onde Marçal solicitou que o menino escrevesse o nome do bairro “Morro Doce” em seu gesso, mas o garoto teve dificuldade para realizar a tarefa.
O caso ganhou grande repercussão nas redes sociais e no próprio bairro onde a criança reside.
Segundo a família, após a publicação dos vídeos, o menino passou a ser alvo de bullying e a ser chamado de “analfabeto” por colegas.
A situação, que para Marçal foi usada como exemplo para criticar o sistema de ensino no Brasil, expôs a criança a constrangimentos e trouxe consequências emocionais sérias.
De acordo com o advogado da família, Vlademir da Mata Bezerra, o menino é diagnosticado com Transtorno do Déficit de Atenção com Hiperatividade (TDAH) e está em tratamento psicológico.
Ele também aguarda avaliação de um neurologista para fechar um possível diagnóstico de autismo.
Em um áudio enviado à mãe, ao qual o Metrópoles teve acesso, o garoto chora ao desabafar sobre o episódio:
“Agora, toda hora que eu estou indo para a rua, tem um monte de gente me xingando de analfabeto.”
A família, orientada por seu advogado, pretende buscar reparação.
Eles planejam entrar com uma denúncia no Tribunal Regional Eleitoral (TRE) e solicitar indenização por danos morais contra Marçal, além de acionar o Conselho Tutelar para garantir a proteção do menino.
Pablo Marçal se defende
O candidato Pablo Marçal usou o episódio para criticar a qualidade do ensino público no Brasil.
Durante o vídeo e em entrevistas subsequentes, ele expressou indignação ao ver uma criança de 11 anos que “não sabe escrever” e afirmou que a situação “partiu seu coração”.
Marçal afirmou que sua intenção era apenas chamar atenção para a falha no sistema educacional e que não esperava a repercussão negativa envolvendo o garoto.
No entanto, a exposição do menino gerou uma onda de críticas à postura do candidato, especialmente pela falta de cuidado ao lidar com uma criança em situação vulnerável, levando a acusações de violação dos direitos da criança e exploração do caso para ganho político.
As informações são de Metrópoles.