A possibilidade de o presidente Luiz Inácio Lula da Silva indicar Gleisi Hoffmann para a Secretaria-Geral da Presidência tem gerado resistência dentro do Partido dos Trabalhadores (PT).
A pasta, atualmente comandada por Márcio Macedo, é responsável pelo diálogo com movimentos sociais e sindicais, além de desempenhar um papel essencial na articulação política do governo.
Resistência dentro do PT
A possível nomeação de Gleisi é vista por alguns petistas como um movimento que pode contrariar a estratégia política de Lula para os próximos anos.
Segundo essa ala do partido, o presidente tem trabalhado para fortalecer Edinho Silva no comando do PT, buscando uma gestão mais ao centro e evitando polarização entre direita e esquerda.
Os petistas que se opõem à indicação de Gleisi argumentam que sua postura combativa pode atrapalhar a estratégia de moderação do governo.
Além disso, veem a movimentação como um entrave para o fortalecimento do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, que aparece como um potencial sucessor de Lula em futuras eleições presidenciais.
Atritos com Fernando Haddad
Desde 2017 no comando do PT, Gleisi Hoffmann tem se posicionado de forma crítica em relação a Fernando Haddad, especialmente no campo econômico.
Recentemente, a deputada federal chegou a classificar o arcabouço fiscal proposto pelo ministro da Fazenda como um “austericídio fiscal”, termo que sugere que a política de ajuste de contas poderia ser um “suicídio” para o governo.
Essa postura tem incomodado setores do PT que veem em Haddad um nome essencial para o futuro do partido e do governo. A escolha de Gleisi para a Secretaria-Geral da Presidência poderia intensificar esses atritos e dificultar a unidade da legenda.
Futuro de Gleisi no governo
Apesar das resistências, uma coisa é dada como certa dentro do PT: Gleisi Hoffmann deve deixar o comando do partido, com José Guimarães assumindo a liderança da sigla.
O destino da deputada ainda é incerto, mas existe a possibilidade de que Lula a indique para um ministério em breve.
Entre as opções cogitadas, estão o Ministério do Desenvolvimento Social, atualmente comandado por Wellington Dias, e o Ministério das Mulheres, sob a liderança de Cida Gonçalves.
Essas alternativas são vistas como formas de aproveitar a experiência política de Gleisi sem gerar impactos negativos na estratégia de moderação do governo.
Com informações de Lauro Jardim – O GLOBO.