Segundo turno

PF sugere limite de saque antes do segundo turno para coibir compra de votos

A medida visa evitar crimes eleitorais, como a compra de votos, que já resultaram na apreensão de mais de 22 milhões de reais em espécie no primeiro turno

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A Polícia Federal (PF) deve apresentar uma proposta ao Banco Central (BC) para limitar os saques em dinheiro nas vésperas do segundo turno das eleições municipais, com o objetivo de impedir a compra de votos.

O anúncio foi feito nesta segunda-feira (7) pelo diretor-geral da PF, Andrei Passos Rodrigues, durante entrevista à GloboNews.

A medida também será encaminhada à Federação Brasileira de Bancos (Febraban) e visa a adoção de uma prática já comum em outros países que restringem saques às vésperas das votações.

De acordo com Rodrigues, a compra de votos por meio do uso de grandes quantias de dinheiro em espécie tem sido uma preocupação crescente.

Ele mencionou o caso de um coronel da Polícia Militar do Pará, que foi preso pela suspeita de comprar votos no primeiro turno, após sacar uma quantia milionária.

“Não é admissível um cidadão, às vésperas da eleição, sacar 5 milhões de reais em espécie e circular de maneira natural. Isso nos traz esse desafio”, declarou o diretor-geral da PF.

Apreensões recordes no primeiro turno

O primeiro turno das eleições municipais de 2024 foi marcado por um número elevado de crimes eleitorais.

Foram registradas mais de 300 ocorrências de compra de votos e outras irregularidades eleitorais. Segundo a PF, este ano atingiu recordes na apreensão de bens e valores, com mais de 22 milhões de reais em espécie e 50 milhões de reais em bens apreendidos em todo o país.

Além disso, as polícias estaduais também tiveram um papel importante na fiscalização, contabilizando quase 920 ocorrências ligadas a crimes eleitorais.

Rodrigues destacou que o trabalho integrado entre a Polícia Federal e as polícias estaduais tem sido crucial para garantir mais segurança ao processo eleitoral e coibir práticas ilegais.

“Este ano foi recorde de apreensão de bens e valores. Foram mais de 22 milhões de reais [em espécie] e de mais de 50 milhões em bens apreendidos”, disse.

Medida da PF para garantir lisura no processo eleitoral

A proposta de limitar os saques de grandes quantias de dinheiro em períodos próximos à votação tem como meta principal impedir que o dinheiro em espécie seja utilizado para corromper o processo democrático.

Essa medida se torna ainda mais urgente após os números expressivos de crimes eleitorais registrados no primeiro turno.

A PF acredita que, ao reduzir o acesso a grandes somas de dinheiro nos dias que antecedem o pleito, será possível inibir o uso de recursos em práticas ilegais, como a compra de votos, que tem sido uma das principais preocupações da justiça eleitoral.

Segundo o diretor-geral, o objetivo da corporação é garantir um ambiente eleitoral mais seguro e transparente para todos os eleitores.

A expectativa é que a proposta seja formalmente encaminhada ao Banco Central e à Febraban ainda nesta semana, a tempo de ser implementada antes do segundo turno, que acontece no dia 27 de outubro.