Política

PF revela monitoramento detalhado da segurança de Lula e Moraes por aliados de Bolsonaro

Registros sugerem possível preparação para confronto por aliados de Bolsonaro em tentativa de golpe de 8 de Janeiro

Tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) - Lula Marques, para a Agência Brasil
Tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) - Lula Marques, para a Agência Brasil

A Polícia Federal (PF) encontrou novos elementos que apontam para um monitoramento detalhado da segurança de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes.

As informações foram descobertas em arquivos recuperados do celular e de outros dispositivos eletrônicos pertencentes ao tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), com o auxílio de um software israelense. A revelação foi feita pelo site UOL nesta sexta-feira (8).

Segundo a reportagem, os documentos encontrados incluem listas com os nomes dos seguranças que protegiam Lula e Moraes, detalhes da rotina dos profissionais e até informações sobre o armamento usado pela equipe de segurança.

Além disso, havia informações detalhadas sobre como funcionava o esquema de proteção das duas figuras públicas.

O que dizem os investigadores?

Investigadores apontam que o levantamento pode sugerir uma possível preparação para confronto por parte de aliados do ex-presidente Bolsonaro, no contexto da tentativa de golpe de 8 de Janeiro de 2023.

Na ocasião, Lula e Moraes estavam fora de Brasília, mas os registros indicam que os golpistas poderiam estar planejando a captura do presidente e uma prisão de Moraes.

Em função dessas novas provas, a PF decidiu prorrogar o inquérito por mais 60 dias para aprofundar as investigações.

Novos depoimentos estão sendo colhidos, incluindo o de altos oficiais militares e ex-integrantes do governo Bolsonaro, como o ex-diretor da Agência Brasileira de Inteligência (Abin), Alexandre Ramagem.

O general Nilton Dias Rodrigues, das forças especiais do Exército, também foi convocado para prestar esclarecimentos.

Diante do cenário, há indícios de que outros militares e ex-integrantes do governo federal possam ser indiciados por crimes como tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito e golpe de Estado.

A situação torna ainda mais complexa a trama investigada pela PF, que já levou à condenação de pessoas envolvidas nos atos de depredação dos prédios dos Três Poderes em janeiro de 2023.

Nos bastidores, Jair Bolsonaro tenta articular uma Proposta de Emenda à Constituição (PEC) que conceda anistia aos golpistas condenados, medida que, se aprovada, poderia beneficiá-lo, devolvendo-lhe os direitos políticos para uma possível candidatura à Presidência em 2026