O agente da Polícia Federal (PF) Wladimir Matos Soares, preso por suspeita de envolvimento em um suposto plano para assassinar o presidente Luiz Inácio Lula da Silva em 2022, possui um histórico profissional que inclui atuação em gestões do Partido dos Trabalhadores (PT) na Bahia.
Wladimir, baiano e policial federal há 22 anos, trabalhou na Secretaria de Segurança Pública da Bahia (SSP-BA) entre 2007 e 2008, período em que Jaques Wagner, atual líder do governo no Senado, era governador do estado.
Durante esse tempo, o policial atuou na área de inteligência da SSP-BA, antes de deixar o órgão. Posteriormente, continuou na PF em Salvador e foi transferido para Brasília.
Descrito por colegas como um profissional competente e reservado, Wladimir não aparentava adotar discursos extremistas. Policiais federais que conviveram com ele afirmaram ter ficado surpresos com a notícia de seu suposto envolvimento na trama contra Lula.
“Se ele era bolsonarista, não assumia, porque não tinha nenhum tipo de conversa sobre isso com a gente. Eu não via nada em rede social”, disse um colega, sob condição de anonimato.
Acusação de homicídio no passado
Essa não é a primeira vez que o nome de Wladimir aparece em situações polêmicas. Em 2005, ele e outros três agentes da PF foram réus em um processo por homicídio durante uma operação em Itaboraí (RJ).
Na ocasião, o grupo cumpria mandados de busca e apreensão contra Evaldo Soares Lopes Junior, policial militar acusado de liderar um grupo de extermínio.
Segundo o processo, Wladimir e os colegas dispararam pelo menos seis vezes contra Evaldo, que morreu no local.
Os agentes alegaram legítima defesa, informando que foram recebidos com tiros. A Justiça aceitou o argumento e absolveu os policiais.
Agora, Wladimir está sob investigação por seu suposto papel no plano contra Lula, que teria sido arquitetado em 2022. Autoridades buscam entender a extensão de sua participação e se há outros envolvidos no caso.
Com informações de Igor Gadelha – Metrópoles.