O presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, manifestou-se contra à Proposta de Emenda à Constituição (PEC) que visa abolir a jornada de trabalho 6×1.
A declaração foi feita durante sua participação por videoconferência no 12° Fórum Liberdade e Democracia de Vitória, promovido pelo Instituto Líderes do Amanhã, em São Paulo, nesta quinta-feira (14).
Campos Neto crítica a PEC 6X1
Campos Neto alertou que a mudança legislativa pode reduzir a produtividade e aumentar o custo da mão de obra.
“O projeto dos 6 por 1 é bastante prejudicial para o trabalhador, porque vai aumentar o custo do trabalho e elevar a informalidade”, afirmou.
O presidente do Banco Central destacou que essa alteração teria um impacto significativo na eficiência produtiva do país.
Durante o evento, Campos Neto também destacou a importância de o governo promover um ajuste fiscal para que o Brasil possa alcançar juros mais baixos de forma sustentável.
“É difícil ter juros estruturais mais baixos se o fiscal não estiver organizado”, disse.
“Se a gente não entender que precisamos fazer o ajuste do lado dos gastos, acabamos fazendo com que os prêmios de risco fiquem mais altos.”
Inflação e expectativas econômicas
Campos Neto expressou preocupação com a desancoragem das expectativas de inflação com a nova PEC, apontando que essa é uma das maiores preocupações atualmente.
Ele afirmou que a inflação tem mostrado resiliência, com alguns indicadores recentes se mostrando piores do que o esperado.
“A desancoragem das expectativas de inflação é a parte que gera mais preocupação hoje”, destacou.
O que diz a PEC 6X1?
A PEC, de autoria da deputada federal Erika Hilton (PSOL-SP), não só propõe o fim da jornada de seis dias seguidos de trabalho por um de descanso, como também reduz a carga horária semanal máxima de 44 horas para 36 horas.