Imposto Seletivo, o IS

REFORMA TRIBUTÁRIA: CCJ retira armas e bebidas açucaradas do “imposto do pecado”

Com relatoria do senador Eduardo Braga (MDB-AM), o texto foi aprovado pelo colegiado após quase oito horas de debates intensos

REFORMA TRIBUTÁRIA: CCJ retira armas e bebidas açucaradas do “imposto do pecado”
Crédito: Agência Senado

A Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado Federal concluiu, nesta quarta-feira (11), a análise do projeto de reforma tributária e promoveu alterações significativas no texto.

Armas, munições e bebidas açucaradas foram retiradas da lista de produtos sujeitos ao Imposto Seletivo (IS), conhecido como imposto do pecado, destinado a produtos prejudiciais à saúde e ao meio ambiente.

Com relatoria do senador Eduardo Braga (MDB-AM), o texto foi aprovado pelo colegiado após quase oito horas de debates intensos.

Agora, a proposta segue para o plenário do Senado Federal em regime de urgência, com previsão de análise na manhã desta quinta-feira (12).

Imposto Seletivo

O IS foi idealizado para incidir sobre itens considerados prejudiciais à saúde e ao meio ambiente, como tabaco e combustíveis fósseis.

No entanto, a inclusão de armas, munições e bebidas açucaradas gerou debates acalorados desde a tramitação do projeto na Câmara dos Deputados.

Na Câmara dos Deputados, em agosto, a bancada do PSOL tentou incluir armas e munições na lista de produtos taxados e enfrentou forte oposição da bancada da segurança pública e de partidos conservadores. A proposta foi rejeitada.

No Senado Federal, o relator da reforma tributária, Eduardo Braga (MDB-AM), inicialmente incluiu armas e munições no Imposto Seletivo.

Contudo, o Partido Liberal (PL) apresentou um destaque para removê-los. Com apoio de 16 votos contra 10, o pedido foi aprovado.

Após a decisão, o relator sinalizou que vai tentar reverter a exclusão no plenário:

Os argumentos não são ideológicos, mas técnicos. Haverá uma última tentativa no plenário, e nossa base apresenta um destaque para essa revisão”, declarou.

Randolfe Rodrigues (PT-AP), líder do governo Luiz Inácio Lula da Silva (PT) no Congresso Nacional, reforçou a necessidade de incluir esses itens no imposto.

Bebidas açucaradas

Outro ponto de destaque foi a exclusão das bebidas açucaradas do escopo do IS.

O senador Vanderlan Cardoso (PSD-GO) argumentou que a taxação seria “questionável e discriminatória”, e acrescentou que poderia “prejudicar economicamente consumidores, comerciantes informais e setores da indústria de alimentos e bebidas”.

A emenda, apresentada por Cardoso, foi aprovada em votação simbólica.