Ofensiva da extrema-direita

Republicanos pedem sanções a Moraes, com base na Lei Magnitsky

Em uma carta enviada ao presidente Donald Trump, os deputados Maria Elvira Salazar e Rich McCormick solicitam penalidades econômicas e a proibição imediata de vistos

Reprodução: Wilson Dias/Agência Brasil
Reprodução: Wilson Dias/Agência Brasil

Parlamentares republicanos dos Estados Unidos (EUA) intensificam a ofensiva contra o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), em busca de ampliar as sanções para incluir seus supostos cúmplices. As informações são do blog do colunista Paulo Cappelli, do site Metrópoles.

Em uma carta enviada ao presidente Donald Trump, os deputados Maria Elvira Salazar e Rich McCormick solicitam penalidades econômicas e a proibição imediata de vistos para mais pessoas.

Moraes e os que o apoiam devem enfrentar consequências reais”, afirma o documento, que marca a primeira vez que congressistas norte-americanos mencionam abertamente que outras autoridades brasileiras podem ser alvo de sanções.

Deputados dos EUA pressionam para que haja aplicação da Lei Magnitsky a Moraes

McCormick e Salazar pediram à Casa Branca a aplicação do Global Magnitsky Act contra Moraes e seus supostos aliados, com a justificativa de violações de princípios democráticos e direitos humanos.

As sanções, que estão em análise da Casa Branca e do Congresso norte-americano, podem atingir diversas autoridades brasileiras, como ministros do STF da 1ª Turma, juízes auxiliares, o procurador-geral da República, Paulo Gonet, e delegados da Polícia Federal.

O Departamento de Estado vai ser o responsável por definir quais pessoas serão incluídas na lista de penalidades.

A Lei Magnitsky prevê a proibição de entrada nos Estados Unidos (EUA) e o bloqueio de transações financeiras com empresas e cidadãos norte-americanos. O documento classifica Moraes como “uma ameaça crescente para os Estados Unidos”.

O contexto das sanções envolve o deputado federal Eduardo Bolsonaro, filho do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), que decidiu permanecer nos Estados Unidos (EUA) após rumores de que teria seu passaporte apreendido.

O STF analisava um pedido do Partido dos Trabalhadores (PT) para impedir sua saída do Brasil, mas Alexandre de Moraes rejeitou a solicitação após manifestação contrária da Procuradoria-Geral da República (PGR).

Eduardo Bolsonaro, no entanto, optou por continuar nos EUA, e alegou temer perseguições políticas e visa reforçar articulações contra Moraes. McCormick citou o caso como evidência da deterioração da democraciano Brasil.

A ideia de aplicar sanções contra Moraes foi levada a Donald Trump por Elon Musk, dono da plataforma X e atual chefe do Departamento de Eficiência Governamental dos EUA. Musk, que travou uma disputa com o ministro brasileiro, acusa Moraes de censura e interferência indevida na plataforma.

A carta enviada a Trump acusa Moraes de utilizar o Poder Judiciário para reprimir a oposição, proteger o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e influenciar as eleições de 2026.