Política

STF abre processo contra Bolsonaro e aliados por tentativa de golpe em 2022

Julgamento pode levá-los à prisão com penas que somam mais de 40 anos

Jair Bolsonaro
Crédito: Getty Images

O Supremo Tribunal Federal (STF) abriu nesta sexta-feira (11) a ação penal contra o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e outros sete réus por envolvimento na trama golpista que tentou impedir a posse de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) em 2022.

A decisão marca o início formal do processo criminal contra o núcleo central da acusação.

A medida foi tomada após a publicação do acórdão da Primeira Turma da Corte, que, em decisão unânime, aceitou a denúncia apresentada pela Procuradoria-Geral da República (PGR).

O julgamento havia sido concluído em 26 de março, e a publicação do acórdão formaliza o andamento da ação penal.

Assim como ocorreu na fase da denúncia, o processo será relatado pelo ministro Alexandre de Moraes. A expectativa do STF é julgar o mérito da acusação ainda em 2025, a fim de evitar que o caso interfira nas eleições presidenciais de 2026.

Além de Bolsonaro, também se tornaram réus:

  • Alexandre Ramagem (deputado federal e ex-chefe da Abin)
  • Almir Garnier (ex-comandante da Marinha)
  • Anderson Torres (ex-ministro da Justiça)
  • Augusto Heleno (ex-ministro do GSI)
  • Mauro Cid (ex-ajudante de ordens de Bolsonaro)
  • Paulo Sérgio Nogueira (ex-ministro da Defesa)
  • Walter Braga Netto (ex-ministro da Casa Civil e da Defesa)

Todos são acusados de crimes como:

  • Organização criminosa armada
  • Tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito
  • Golpe de Estado
  • Dano qualificado pela violência e grave ameaça contra o patrimônio público
  • Deterioração de patrimônio tombado

Com a ação penal instaurada, inicia-se agora a fase de instrução do processo, momento em que serão reunidas novas provas e depoimentos tanto da acusação quanto da defesa.

Em seguida, caberá à Primeira Turma do STF decidir se condena ou absolve os réus. A pena prevista para os crimes pode ultrapassar 40 anos de prisão.

Bolsonaro esteve presente no primeiro dia de julgamento, mas não compareceu à sessão mais recente. Acompanhou os desdobramentos do processo no gabinete do filho, senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ).

Em publicação nas redes sociais, afirmou que está sendo alvo de um “teatro processual” e que a Justiça busca tirá-lo da disputa presidencial de 2026.