Durante a cúpula do G20 no Rio de Janeiro, o presidente argentino, Javier Milei, realizou seu primeiro encontro com o líder chinês, Xi Jinping, em uma “virada” em sua política externa.
O encontro, que ocorreu no hotel onde Xi está hospedado, durou cerca de 30 minutos e abordou questões estratégicas para a relação entre os dois países.
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Argentina e China
A reunião teve como foco os interesses comerciais e econômicos de ambas as nações.
Enquanto a China busca avançar em investimentos em infraestrutura e expandir sua presença geopolítica na América Latina, a Argentina enfatizou a importância de manter o swap cambial com o país asiático.
Esse acordo financeiro, que disponibiliza cerca de 5 bilhões de dólares, é preciso para enfrentar a fragilidade das reservas cambiais argentinas.
Além disso, Milei demonstrou interesse em diversificar e aumentar as exportações argentinas para o mercado chinês, com Xi Jinping sinalizando disposição para ampliar o comércio entre os países.
Após o encontro, Xi convidou Milei para visitar a China, enquanto o presidente argentino retribuiu com um convite para que o líder chinês visite Buenos Aires.
Mudança estratégica de Milei
A aproximação com a China representa uma mudança de postura para Milei, que anteriormente se posicionava contra negociações com regimes comunistas.
Em uma entrevista ao jornalista americano Tucker Carlson, Milei chegou a afirmar: “Não só não farei negócios com a China, como não farei negócios com nenhum comunista. Sou um defensor da liberdade, da paz e da democracia”.
No entanto, pressões internas e externas, principalmente de seu gabinete econômico, parecem ter levado o presidente a adotar uma abordagem mais pragmática.
A necessidade de fortalecer as relações econômicas para lidar com a crise fiscal argentina foi determinante para essa reorientação.
Agenda do presidente da Argentina
Após o encontro com Xi Jinping, Milei se reunirá com Kristalina Georgieva, diretora-gerente do Fundo Monetário Internacional (FMI).
A Argentina precisa renegociar um novo acordo de financiamento com o FMI até o final do ano.