terça, 16 de abril de 2024
ADRs

Queda das ADRs brasileiras reflete receio do coronavírus

26 fevereiro 2020 - 14h17Por Eduardo Guimaraes

As principais ações de empresas brasileiras, apesar da Bolsa fechada por aqui, sentiram os efeitos do aumento das preocupações com o coronavírus nos Estados Unidos. O Dow Jones Brazil Titans 20 ADR, índice que mede o desempenho das 20 ADRs brasileiras mais líquidas no mercado americano, teve queda de 4,81 por cento na segunda-feira e baixa de 1,99 por cento na terça, acumulando baixa de 6,71 por cento em apenas duas sessões. Já o principal fundo de índice brasileiro, o ETF iShares MSCI Brazil (EWZ), teve baixa de 1,41 por cento na véspera, acumulando perdas de 6,33 por cento nas últimas duas sessões. Os recibos de ações da Petrobras (PETR3, PETR4) negociados na NYSE registraram queda de 9,08 por cento para os papéis equivalentes aos preferenciais e de 8,62 por cento para os ativos ordinários. A Vale (VALE3), por sua vez, teve a maior queda entre as ADRs brasileiras na NYSE, com 9,72 por cento de recuo. Gerdau (GGBR4) também teve forte queda de 8 cento. Bancos como Itaú Unibanco (ITUB4), Bradesco (BBDC4), Santander Brasil (SANB11) também tiveram forte baixa, com quedas respectivas de 7,48, 5,15 e 7,21 por cento nos dois dias em que a B3 esteve fechada. O movimento registrado nestes dois dias em que a B3 esteve fechada deve ser refletido na abertura do pregão de quarta-feira (26) para que não haja descompasso entre os preços das ações negociadas no Brasil e nos EUA. Por isso, a expectativa é que a Bolsa e principalmente as ADRs brasileiras abram o pregão em forte queda. No caso de Vale, a pressão de baixa vem sobretudo da perspectiva de baixa demanda por minério de ferro enquanto ainda lida com a recente divulgação de seu balanço, com o desastre de Brumadinho trazendo mais prejuízos do que o esperado. Já a Petrobras acompanhou o mergulho dos preços internacionais do petróleo. Já a queda das ADRs do setor bancário acontece por causa da aversão aos riscos de emergentes em cenários de incerteza global. No caso do Brasil, por serem papéis altamente negociados, servem de porta de saída fácil para estrangeiros - que, por sua vez, já retiraram da B3 em 2020, em menos de dois meses, o equivalente a um terço de todo o volume resgatado no ano passado inteiro.