As ações da BRF (BRFS3) saltaram 67,00% no ano passado, mais que o triplo da valorização desempenhada pelo Ibovespa (IBOV) no período – cerca de 22,00%.
Em relatório publicado na última segunda-feira (8), o BB Investimentos reiterou sua recomendação neutra para os papéis, com preço-alvo elevado a R$ 16,00 por ação (de R$ 14,00, anteriormente).
Analistas acreditam que o bom desempenho do ano passado deve ser mantido em 2024, mas com ressalvas.
A conclusão da oferta pública primária de ações, em julho, atenuou parte do risco do elevado endividamento da empresa com a entrada de R$ 5,4 bilhões no caixa. E, ainda, Mary Silva e Melina Constantino citam a pressão compradora da Marfrig (MRFG3), cuja participação no capital da BRF passou de 33,330% em julho para 50,060% em dezembro.
Na avaliação das profissionais, o cenário mais benéfico para o consumo de processados no Brasil e a queda de preços dos grãos corroboram com expectativas mais positivas em relação à rentabilidade da BRF ao longo deste ano, em linha com a melhora dos resultados apresentados nos últimos trimestres, que já mostraram ganhos de eficiência capturados pelo processo de reestruturação operacional em andamento.
No entanto, existem premissas mais conservadoras no segmento internacional, cuja recuperação de margens parece mais desafiadora no curto prazo, e Constantino e Silva consideram que os fatores positivos do cenário mais benéfico e dos resultados da reestruturação já estão refletidos no forte desempenho recente do papel.