Apesar de resultados mistos, com lucro bruto em linha, EBITDA (lucro antes juros) mais fraco e um desempenho mais forte no resultado final e fluxo de caixa livre (FCF), o BTG Pactual destacou aspectos positivos para a Embraer (EMBR3) em 2024.
Segundo o banco, o guia de entregas da empresa sugere uma melhoria nos problemas da cadeia de suprimentos, indicando uma resolução de um importante gargalo de produção.
"No setor de Aviação Comercial, há uma crescente demanda, especialmente nos mercados-chave como os Estados Unidos. A Embraer espera uma melhoria gradual na entrega de aeronaves, com campanhas de marketing direcionadas a companhias aéreas latino-americanas e potenciais oportunidades com a United Airlines, que está revisando sua frota", disse o BTG.
Na frente de Defesa, a Embraer almeja contratos com países que selecionaram o C-390 Millennium como sua opção preferida. Parcerias estratégicas foram estabelecidas com importantes fornecedores na Índia e na Arábia Saudita, sinalizando uma sólida posição para futuras campanhas. Além disso, espera-se um aumento nas entregas do C-390 Millennium em comparação com o ano anterior.
A expansão da OGMA, uma unidade de manutenção, reparo e revisão (MRO) da Embraer, é esperada para contribuir significativamente para a receita, embora possa inicialmente registrar margens EBIT negativas devido à fase de ramp-up.
No entanto, a empresa está confiante de que essa operação terá margens de EBITDA de um dígito alto à medida que a receita acelera a partir de 2025.
Quanto à estrutura de capital, a Embraer planeja retomar os dividendos até 2025, após consumir todas as suas perdas acumuladas. A empresa está confortável com uma alavancagem abaixo de 2x e busca desalavancar mais rapidamente.
O objetivo é converter cerca de 50% do EBITDA em caixa, o que poderia resultar em um fluxo de caixa livre de aproximadamente US$ 346 milhões.
Apesar dos desafios relacionados a problemas na cadeia de suprimentos, especialmente com fornecedores de motores, o BTG Pactual observa uma movimentação positiva para as entregas de aeronaves, tanto na aviação comercial quanto na executiva.
Em relação ao desenvolvimento do EVE (Veículo Elétrico de Decolagem e Aterrissagem Vertical), a Embraer "segue no caminho certo e já selecionou fornecedores-chave". Espera-se que a aeronave entre em serviço até 2026, com o trabalho em um protótipo em escala real em andamento.
Por fim, em relação ao processo de arbitragem com a Boeing, a Embraer não informou sobre o resultado esperado, mas espera uma decisão judicial antes de julho.
Para a EMBR3 a recomendação do BTG é de compra, com preço-alvo de R$ 32,00.