O EQI Research iniciou sua cobertura das ações dos quatro grandes bancos brasileiros de varejo: Banco do Brasil (BBAS3), Bradesco (BBDC4), Itaú (ITUB4) e Santander (SANB11).
Em relatório assinado pelos analistas Luís Fernando Moran de Oliveira e Felipe Reis, a plataforma antevê, em 2024, uma combinação relevante de expansão de lucros, retornos sobre o patrimônio (ROE) elogiáveis e dividendos atraentes.
Eles destacam também que um novo ciclo de crédito toma forma, enquanto calculam uma expansão de 8,5% na oferta de crédito sobre 2023, e ainda uma melhora nas receitas de tarifas, com maior atividade no mercado de capitais, e uma competição menos destrutiva com os novos entrantes (que já não são tão novos assim e não vão destruir a indústria bancária tradicional, como chegou a se temer algum tempo atrás).
Os papéis prediletos são Banco do Brasil (BBAS3) e Itaú (ITUB4), que possuem recomendações de compra. Para Bradesco (BBDC4) e Santander (SANB11), recomendam venda.
Principais riscos para teses em bancos incluem:
- – i) possíveis mudanças tributárias, que aumentem (ainda mais) a carga tributária do setor;
- – ii) recuo adicional de preços de commodities agropecuárias, com reflexos negativos na carteira de crédito;
- – iii) continuação da competição acirrada com fintechs, e
- – iv) índices de inadimplência recuando mais lentamente que o esperado.
Banco do Brasil (BBAS3)
- – compra, preço-alvo: R$ 82,00.
O Banco do Brasil desponta como a principal recomendação de EQI Research no setor.
Analistas acreditam que a excelência operacional do banco (ROE em torno de 20%) não seria passageira e veem camadas sólidas de proteção (tanto internas quanto externas e regulatórias) que atuam de modo satisfatório para que o banco não seja instrumento de política pública para o governo federal a ponto de deteriorar seu resultado de modo significativo.
Analistas saúdam um muito bem-vindo dividend yield de 10,6% para 2024. Assim, julgam o desconto para Itaú (o banco-modelo) como injustificável.
Um potencial aumento significativo de inadimplência no agronegócio seria o maior risco neste caso.
Itaú (ITUB4)
- – compra, preço-alvo: R$ 45,00.
O Itaú traz retornos consistentes e provados ao longo do tempo, faça chuva ou faça sol. Analistas ainda veem potencial de valorização para a ação (31,4%), e um dividend yield de 5,90%.
Eles relembram que ITUB4 serve como uma espécie de porta de entrada para investimentos estrangeiros na Bolsa brasileira. Desse modo, dizem ser muito difícil argumentar contra o investimento em ITUB4.
Bradesco (BBDC4)
- – venda, preço-alvo: R$ 14,00.
O Bradesco cometeu excessos em concessão de crédito em um momento delicado do ciclo econômico, foi pego no contrapé e agora corre para
arrumar a casa, dizem Oliveira e Reis.
Ainda mais preocupante, na visão deles, tem sido sua contínua perda de eficiência, que tem sido incapaz de compensar suas despesas administrativas crescentes.
A mudança recente da gestão tende a mostrar resultados apenas a longo prazo e a plataforma observa 2024 e 2025 ainda como anos de transição. O processo de recuperação de rentabilidade não deve ser linear e traz riscos inerentes.
Santander (SANB11)
- – venda, preço-alvo: R$ 20,00.
Tem melhorado suas métricas de desempenho, mas existem bancos melhores e mais baratos, comentam os analistas. Na avaliação do EQI Research, as ações não valem o 1,1x P/BV a que tem sido negociadas.