A Hypera (HYPE3) é uma das companhias mais admiradas pela Empiricus na Bolsa de Valores. No entanto, os analistas da casa de análise acreditam que a companhia será prejudicada pela dinâmica do setor farmacêutico nos próximos trimestres.
Após um período de crescimento, com três aquisições relevantes (Buscopan, Takeda e Sanofi), a companhia conseguiu atravessar um longo período com mais vendas e ganho de market share em relação às suas concorrentes.
"A pandemia não só impulsionou a venda de medicamentos, como também aumentou a inflação e, consequentemente, o reajuste desses produtos (CMED), o que contribuiu para o incremento de receita e margens no período", explica a Empiricus.
Agora, na análise da instituição, depois desse longo período de crescimento, a companhia deve entrar em uma "ressaca" que deve afetar o resultado por alguns trimestres (pelo menos).
"Uma queda nas vendas de medicamentos já era esperada com o fim da pandemia. O que ninguém esperava é que o inverno de 2023 seria o mais quente dos últimos 60 anos, e que isso faria os casos de gripe e as vendas desabassem. Desta vez, a maior participação de antigripais nos resultados da Hypera pesou, e fez o sell-out (venda para o consumidor final) despencar", pontua a casa.
A Empiricus aponta que ainda gosta da tese da Hypera, de seu portfólio e posicionamento único no setor, mas não quer ficar explicando resultados ruins, ainda mais sabendo que eles têm chance de demorar algum tempo até voltarem a melhorar.
Devido à sua avaliação de 14x preço/lucros, um dividend yield de 3,5% e crescimento de resultados à frente, HYPE3 ainda seria uma ação que a ser carregada com tranquilidade na carteira.
Mas, diante da perspectiva de piora de resultados, esses indicadores já não parecem mais tão apetitosos para a Empiricus e abrem espaço para mais revisões negativas do mercado pela frente. Neste sentido, a casa deixou de recomendar compra na ação.