O Banco Safra reduziu seu preço-alvo para as ações de Lojas Renner (LREN3) em 30%, a R$ 23,60 cada – o que implica em um potencial de valorização de 56% -, para incorporar suas perspectivas mais conservadoras quanto ao crescimento da varejista em curto prazo, bem como uma postura mais dura em relação ao crédito graças a maior inadimplência.
Apesar disso, analistas reiteraram a recomendação de compra para os papéis, pois veem que os mesmos oferecem um potencial de valorização decente, mesmo com os desafios, e destacam a empresa como uma referência no setor.
Para a companhia, os analistas Gabriela Ferrante, Tales Granello e Vitor Pini agora consideram um ritmo mais lento de abertura de lojas, uma contagem 5% inferior às projeções realizadas anteriormente pelo Banco Safra.
A média a venda por metro quadrado (ponderada pela maturidade das unidades) deve ter comportamento semelhante em 2023 ao observado durante a crise macroeconômica de 2015 e 2016.
Nesse sentido, as estimativas de receitas foram reduzidas em 15,0% em 2023, 16,0% em 2024 e 17,0% em 2025. Com relação ao EBITDA, agora têm uma perspectiva de margem um pouco melhor, já que assumem um ritmo mais lento de abertura de lojas e, consequentemente, menor participação de novas unidades, que possuem margens menores que as mais maduras.
As perspectivas para EBITDA caíram 12% neste ano, em 14% para o próximo ano e em 15% para 2025.
No primeiro trimestre deste ano, a receita líquida deve se expandir em modestos 2%, em linha com o aumento de 2% no número de lojas, que implica em um SSS (sigla em inglês para vendas mesmas lojas) praticamente estável no período, pressionado pelo difícil cenário macroeconômico.
Além disso, as margens devem ser menores, devido às remarcações em decorrência do alto nível de estoques da coleção de verão (não vendida no trimestre anterior). Espera-se menos 0,50 p.p. na margem bruta.
Ao todo, esperamos um EBITDA consolidado de R$ 285 milhões, queda de 26,0% ano a ano.