A Odey Asset Management, empresa de investimentos sediada em Londres, declarou no último sábado (10) que separou-se totalmente de seu fundador, Crispin Odey, depois de o executivo sofrer graves acusações de má conduta.
O fundo detém cerca de 9,0% das ações totais de SLC Agrícola (SLCE3), além de compor seu free float.
A desassociação entre OAM e seu fundador não impediu uma onda de resgates de clientes na segunda-feira (12). O movimento forçou o fechamento de um fundo (Odey Swan) e o bloqueio de outros dois (os resgates foram interrompidos para o Brook Developed Market Fund, bem como para o LF Brook Absolute Return Fund).
Em relatório, os analistas Leandro Fontanesi e José Ricardo Rosalen, de Bradesco BBI e Ágora Investimentos, apontam que a realidade da separação pode ser mais complicada, já que Crispin Odey, 64, além de ser o fundador, despontou como gestor longevo de fundos, rosto público e um de seus maiores clientes.
Caso ocorram resgates significativos de fundos devido ao problema mencionado acima, pode ser que algumas das ações detidas pela OAM possam estar pressionadas no curto prazo, o que inclui SLCE3.
Fontanesi e Rosalen entendem que a participação da Odey Asset Management na SLC fora dividida em diferentes fundos que somam 9,0% no total.
Por exemplo, de acordo com a Bloomberg, o LF Brook Absolute Return Fund, cujos resgates foram aparentemente interrompidos, tinha 2,5 milhões de ações da SLC em 28 de fevereiro, ou 1,1% do capital social total da SLC.
Enquanto isso, a Odey Asset Management entregou a gestão de fundos de seu LF Odey Opus Fund para James Hanbury, um fundo que possui 1,1 milhão de ações ou 0,5% do capital social total da SLC em 28 de fevereiro.
O Bradesco BBI e a Ágora Investimentos mantêm recomendação underperform (venda) e preço-alvo de R$ 41,00 por ação.