Crise sanitária

Anvisa pode colapsar no próximo ano? Veja o que diz o diretor-presidente da agência

Antônio Barra Torres afirmou, em entrevista ao Globo, que o governo Lula está ciente da falta de funcionários desde antes da posse do petista

Anvisa pode colapsar no próximo ano? Veja o que diz o diretor-presidente da agência
Imagem: Gov.br

O diretor-presidente da Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária), Antônio Barra Torres, declarou que a instituição pode colapsar em 2025 por falta de funcionários.

De acordo com Torres, a situação vem sendo exposta ao governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) desde antes da posse do petista em janeiro de 2023.

“Tem que ter gente para trabalhar. A FDA [Food and Drug Administration, a Anvisa norte-americana], nos Estados Unidos, tem 18.000 servidores. Lá tem 315 milhões de habitantes. A Anvisa não precisa ter 18.000, mas 1.400 não dá”, afirmou em entrevista ao jornal O Globo publicada nesta sexta-feira (6).

Torres disse ainda que a falta de atenção com a Anvisa se dava no governo passado porque a gestão era “negacionista”.

“E o governo atual? O presidente se vacinou na 1ª semana que sentou na cadeira. A gente falou: ‘Agora vai’. Não foi. Em 2 anos, tivemos 120 vagas autorizadas, mas ele nos deu apenas 50. Então, o colapso vai ocorrer. Quando? Ano que vem, possivelmente”, declarou.

O diretor-presidente também relembrou que, desde 2023, foram enviados ao Planalto 27 ofícios, além da realização de reuniões e conversas com o governo Lula.

“A Anvisa foi a única agência convidada a conversar com o gabinete de transição de governo federal ainda no final de 2022, quando o atual governo já estava eleito. E naquela época nós já levamos a questão de pessoal. Então, não há mais nada que a agência possa fazer”, disse.

Torres destacou que, há 10 anos, o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) e a Anvisa mensuraram qual a fatia da economia brasileira era regulada pela agência. “Deu 22,8%. Estima-se que, hoje, esteja perto dos 30% do PIB [Produto Interno Bruto] de tudo que se produz no Brasil”, afirmou.

“Com 1.400 servidores, você tem filas diferentes e nenhuma é boa. Uma associação contratou uma empresa que mensurou haver US$ 17 bilhões referentes a medicamentos esperando para serem analisados na fila”, pontuou.

(Informações de O Globo)