Towana Looney, uma paciente norte-americana de 53 anos, está vivendo uma nova fase da vida após receber um transplante de rim de porco geneticamente modificado. Ela, que estava na fila de transplantes há oito anos, é agora a única pessoa no mundo a viver com um órgão do animal.
A cirurgia foi realizada no mês de novembro, e Towana, que havia começado a fazer hemodiálise em 2016, já se encontra em casa, recuperando-se da operação.
A cirurgia
Essa cirurgia foi realizada pelo NYU Langone Transplant Institute, com aprovação do Food and Drug Administration (FDA), dentro de um programa de expansão de pesquisas com xenotransplantes.
O procedimento só foi possível devido ao alto risco de vida de Towana e à falta de outras opções viáveis.
Segundo a equipe médica, o rim transplantado começou a funcionar imediatamente, produzindo urina antes mesmo de Towana acordar da cirurgia, e exames de sangue indicaram que ele está eliminando creatinina de forma eficaz.
“Eu sinto como se tivesse recebido outra chance na vida. Mal posso esperar para poder viajar novamente e passar mais tempo com minha família e netos”, disse Towana, emocionada.
Ela também compartilhou em um vídeo que já sente sua vida voltando ao normal, com a recuperação do apetite e a capacidade de realizar tarefas diárias com mais energia.
Embora Towana seja a única paciente sobrevivente com um rim de porco, outros quatro pacientes também receberam o órgão nos últimos anos, mas não sobreviveram devido ao estado crítico de saúde.
Ela será acompanhada de perto nos próximos meses, com visitas diárias ao hospital e previsão de alta definitiva em três meses.
A cirurgia de Towana é considerada um marco no campo dos xenotransplantes, que envolvem o transplante de órgãos entre espécies.
O rim de porco que ela recebeu foi geneticamente modificado, com dez alterações para reduzir as chances de rejeição. As modificações incluíram a remoção de antígenos imunogênicos e a adição de transgenes humanos para melhorar a compatibilidade.
“Ela representa o ápice do progresso que fizemos no xenotransplante desde que realizamos a primeira cirurgia em 2021. Towana serve como um farol de esperança para aqueles que lutam contra a insuficiência renal”, afirmou Robert Montgomery, MD, DPhil, líder do procedimento.
Quadro da paciente antes do transplante
Towana, que em 1999 havia doado um rim para sua mãe, desenvolveu insuficiência renal após complicações na gravidez, devido à pressão alta. Com a doença avançada, ela entrou na lista de transplantes em 2017, mas nunca conseguiu encontrar um doador compatível.
Após oito anos de espera, Towana recebeu autorização para participar de um programa de pesquisa de xenotransplante, que permitiu o uso de um rim de porco geneticamente modificado.