O setor de seguros se encontra em descompasso dos demais mercados quando o assunto se trata de benefícios da tecnologia. Segundo o estudo ‘O Valor da Nuvem Para o Setor de Seguros’, realizado pela Accenture, menos de 10% do total da carga de trabalho das seguradoras está alocado em plataformas de cloud.
Segundo a Accenture, em julho de 2019, apenas 56% dos executivos das seguradoras afirmaram ter desenvolvido e implantado um novo modelo
operacional de TI para suportar a transição para a nuvem. Essa falta de evolução foi evidenciada durante o período de Covid-19.
As seguradoras tiveram dificuldades para migrar para o trabalho remoto e atender a demanda de vendas e serviços.
Desde o surgimento da pandemia, as seguradoras sofrem um forte impacto financeiro, com avaliações totais em queda numa média de 20% a 30% em todos os mercados globais.
Segundo o levantamento, três grandes desafios criam uma situação insustentável para as seguradoras:
Pressão sobre o faturamento – As quedas macroeconômicas no PIB e o risco subjacente pesam no faturamento, com impacto desproporcional em alguns segmentos de clientes e linhas de negócios (ex.: Pequenas Empresas, Remuneração ao Trabalhador (Workers’ Comp).
Disrupção do modelo de vendas e serviços – Canais tradicionais para prospecção, novas vendas/renovação (incluindo visitas médicas para seguros de vida) e modelos de atendimento por meio de agentes e enfermeiros locais costumavam ser vantagens para grandes operadoras. O distanciamento físico não apenas afetou sua eficácia para os negócios das operadoras, como também igualou o campo de atuação para novos entrantes.
Considerada a taxa de retenção histórica aproximada de 85% dos prêmios de ramos elementares, um grande volume de receitas agora está em jogo com grupos muito maiores de clientes explorando os modelos digitais.
Rentabilidade dos resultados e maior passivo – A queda nas taxas de juros tem prejudicado ainda mais os rendimentos e a lucratividade dos investimentos.
As intervenções das agências regulatórias ameaçam as margens e a adequação das reservas para perdas, como, por exemplo, as exigências de devolução de prêmios com base em uso reduzido, sondagens para ampliar Lucros Cessantes e a Remuneração dos Trabalhadores [Workers’ Comp] para compensar os impactos da Covid-19.
Paralelamente, as seguradoras foram forçadas a reavaliar a tecnologia e a segurança (ou resiliência operacional) após a disrupção repentina dos serviços contratados.
Quem saiu na frente
De acordo com a Accenture, as seguradoras que tomaram medidas precoces e investem na nuvem há algum tempo já colhem os benefícios. Os líderes dessas empresas estão prestes a dobrar sua base de faturamento para o período de oito anos, entre 2015 e 2023.
O material apura que as empresas devem responder as pressões do mercado para enfrentar a recuperação e encontrar nichos de crescimento em seus negócios principais e periféricos, afinal jornadas digitais mais eficientes e modelos diretos ao consumidor foram potencializados pela Covid-19 e são uma realidade para o setor de seguros.
Além disso, segundo a Accenture, a redução de custos através da nuvem pode mitigar os impactos de eventuais acréscimos de custos com pagamentos de sinistros.
Uma estratégia baseada em nuvem, adaptada à carteira de negócios e posição competitiva da seguradora, pode permitir a aceleração do crescimento, transformação digital baseada em dados e transformação da curva de custos.