Por Rubens Moura*
O aumento do Imposto sobre Operações de Crédito, Câmbio e Seguro ou relativas a Títulos ou Valores Mobiliários (IOF), válido desde segunda-feira (20), causará um efeito cascata na economia que afetará o consumidor, segundo o professor de economia da Faculdade Presbiteriana Mackenzie Rio, Rubens Moura.
Um decreto do Governo Federal eleva a alíquota do IOF nas operações de crédito realizadas por empresas de 1,50% para 2,04%, e para pessoas físicas de 3% anuais para 4,08%. A mudança valerá até o dia 31 de dezembro.
"Quem atrasar o cartão de crédito, precisar fazer empréstimo pessoal, não pagar o cheque especial pagará mais caro por isso. Além disso, no caso das empresas, os empréstimos custarão mais e haverá o aumento do custo capital que será repassado para o consumidor", explica.
De acordo com o professor, com o aumento do custo para o consumidor, haverá queda do consumo em pouco tempo.
"Dessa forma, haverá aumento dos preços de produtos, queda de demanda de capital e de bens de consumo e a redução do consumo a prazo, o que era importante para a população durante a pandemia", analisa.
A alta do IOF foi anunciada pelo governo e deverá permitir uma arrecadação extra de R$ 2,14 bilhões para financiar o novo Bolsa Família.
*Rubens Moura é professor de economia da Faculdade Presbiteriana Mackenzie Rio.