A renda variável está cada vez mais popular. Segundo a B3, a bolsa de valores brasileira, em 2021 o número de pessoas físicas cadastradas para investir chegou a quase quatro milhões. Só entre 2019 e 2020, dois milhões de pessoas passaram a comprar ações e derivativos no mercado de capitais. Porém, essa ainda é uma classe de ativos que gera dúvidas e até temor em iniciantes. Para desmistificar o mercado de ações, a Blue3 organizou para o terceiro dia do Blue Talks uma valiosa live com o superintendente da mesa de renda variável do escritório de investimentos, Patrick Johnston
Apresentado pela especialista em educação financeira da empresa, Amanda Fraioli, e o CEO da SpaceMoney, Fabio Murad, o evento deu uma verdadeira aula sobre o mercado acionário, trazendo lições para iniciantes e até para investidores com mais experiência.
Volatilidade vem aí
Segundo Patrick, a despeito dos últimos dias turbulentos na bolsa causados pela construtora chinesa Evergrande (clique aqui para saber em detalhes), os investidores podem esperar mais volatilidade na bolsa no final deste ano e no próximo, por questões de conjunturas política e econômica. “Minério de ferro vem caindo por conta da desaceleração das economias asiáticas, principalmente a chinesa, e a Vale [exportadora de minério de ferro e aço] tem um peso grande no Ibovespa, assim como a Petrobras. Também não podemos descartar que estamos no final do ano e, apesar de a previsão para esse trimestre ser boas, sempre temos o rally de final de ano. Além disso, teremos eleições ano que vem e os discursos devem começar a se aquecer. Tudo isso deve trazer volatilidade”, explica o superintendente.
Porém, segundo ele, não necessariamente isso é ruim para o investidor. “É um crescimento no nivel de risco, mas não significa que a bolsa vai cair, podemos ter picos de alta também, como recentemente tivemos um dia de 2% de alta e, no seguinte, 3% de alta. Isso é volatilidade”, completou.
Patrick falou também sobre o longo prazo. No caso, sobre a mentalidade dos investidores, que devem ter foco no futuro e controle das emoções. “Tem que tentar excluir o emocional. A bolsa, se pegarmos o preço sobre lucro, está abaixo. As empresas estão entregando bons resultados, mas o valor da ação não está onde deveria. A empresa que você vê resultados em longo prazo, no curto prazo está sofrendo com ruído doméstico, que atrapalham de forma sistêmica. O investidor tem que saber que se comprou uma boa empresa, ele é sócio. Se souber segurar o emocional, nessas horas [de baixa], pode até aumentar a posição em renda variável e comprar ações por pechincha. Ano passado vimos o Ibovespa descer para 60 mil pontos e agora subiu para mais de 100 mil. Quem investiu, ganhou dinheiro. [O segredo] é ter tranquilidade no curto prazo e foco no longo prazo”, resumiu Johnston.
Para quem está começando
Perguntado pelos apresentadores sobre qual seria o melhor conselho que ele daria para um iniciante no mercado de ações, Patrick destacou a importância do acompanhamento de profissionais experientes para quem está começando. “É importante ter bons profissionais e investir também em educação. As duas coisas principais são buscar uma assessoria que te dê acesso a um broker para ajudar a cuidar dessa parte da sua carteira e estudar muito. Busque livros, cursos e muito conhecimento para saber onde está pisando antes de começar a investir”, aconselhou.
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