Por Camila Moreira, da Reuters – A XP reduziu suas estimativas para o crescimento da economia brasileira tanto para 2021 quanto para 2022, a 5,3% e 1,7%, respectivamente, diante do aumento de riscos e incertezas, de acordo com relatório divulgado nesta quinta-feira (2).
As estimativas anteriores eram de expansão do Produto Interno Bruto (PIB) de 5,5% e 2,3%, respectivamente.
A revisão vem depois de resultado abaixo das expectativas do PIB do segundo trimestre, divulgado na véspera. A economia brasileira sofreu retração de 0,1%, contra projeção em pesquisa da Reuters de alta de 0,2%.
"Destacamos o surgimento de alguns ventos contrários à atividade econômica brasileira. O aumento da percepção de risco fiscal, incertezas no campo político e inflação alta pioraram as condições financeiras de forma significativa nas últimas semanas", apontou a XP em relatório assinado pelo economista Rodolfo Margato.
"Além disso, os efeitos da crise hídrica exercem pressão baixista sobre produção e consumo", completou a nota, explicando que o novo cenário base não incorpora racionamento de energia elétrica.
Mas, segundo a XP, se o racionamento se materializar, provocará revisão ainda mais para baixo do PIB do ano que vem, tendo no radar ainda como outros riscos importantes para 2022 a persistência da pressão inflacionária e desaceleração mais intensa da demanda global.