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DeepSeek: entenda porquê a nova startup chinesa causa 'dor de cabeça' em gigantes da tecnologia

Fundada em 2023 na China, empresa emergiu como uma força disruptiva no campo da IA e já supera o ChatGPT nos EUA

DeepSeek
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A startup chinesa DeepSeek está rapidamente se consolidando como uma das principais protagonistas no debate sobre o futuro da inteligência artificial (IA). Por causa disso, a empresa desponta como o grande assunto desta segunda-feira (27), no mercado financeiro.

Isso porque, seu assistente de IA superou o ChatGPT como o aplicativo mais bem avaliado na App Store dos Estados Unidos (EUA), e seu modelo DeepSeek-R1 está quebrando barreiras ao desafiar soluções líderes de mercado, como OpenAI e Meta, com um desempenho de alto nível e custos significativamente mais baixos.

Esse cenário causa a queda de ações de empresas de tecnologia, como a Nvidia, que até então é líder em chips para serviços de IA. Na bolsa brasileira, B3, os BRDs NVDC34 derretem 12,24%, enquanto na bolsa americana, Nasdaq, os papéis caíam 11,55%, por volta das 11:40.

Qual a vantagem da DeepSeek sobre outras empresas de chips?

A principal vantagem da DeepSeek é sua capacidade de oferecer soluções de IA mais acessíveis sem perder desempenho.

Enquanto modelos como o Llama 3.1 da Meta custaram mais de US$ 60 milhões para serem desenvolvidos, o DeepSeek-R1 foi treinado por cerca de US$ 6 milhões, o que representa uma economia significativa.

Além disso, a empresa adota estratégias inovadoras que otimizam o uso de recursos computacionais, como o Aprendizado por Reforço (Reinforcement Learning), a Arquitetura Mixture-of-Experts (MoE) e a Atenção Latente Multi-Head (MLA), que aprimoram a capacidade dos modelos de aprender e identificar padrões complexos.

O modelo open-weight da DeepSeek também se destaca, permitindo que pesquisadores acessem seus algoritmos e promovam a colaboração global na comunidade de IA.

Essa abordagem facilita o avanço da tecnologia de maneira mais democrática e acessível.

Por que a DeepSeek está causando impacto global nos mercados?

O sucesso do DeepSeek-R1 e seu assistente de IA têm causado um impacto profundo nas ações de grandes empresas de tecnologia.

Isso porque, a inovação da DeepSeek questiona a ideia de que modelos de IA de ponta necessitam de chips avançados e caros, ao sugerir que as grandes empresas americanas podem precisar repensar suas estratégias para se manterem competitivas, especialmente em um cenário em que a redução de custos se torna uma prioridade.

Esse movimento não se limita ao impacto econômico. A DeepSeek também está afetando a geopolítica tecnológica, especialmente devido às restrições de exportação dos EUA que limitaram o acesso das empresas chinesas a chips avançados como o Nvidia H100.

Esse cenário forçou a DeepSeek a desenvolver métodos mais eficientes e acessíveis, desafiando o domínio da tecnologia de ponta dos EUA e mostrando a capacidade da China de inovar, mesmo diante de sanções.

Quais são os desafios da DeepSeek?

Apesar de seu crescimento meteórico, a DeepSeek ainda enfrenta desafios significativos, como a necessidade de construir uma reputação global fora da China e as limitações de hardware, já que a empresa não tem acesso irrestrito aos chips mais poderosos.

Além disso, a censura governamental em seu país de origem pode restringir a adoção internacional de seus modelos.

No entanto, os especialistas acreditam que a DeepSeek pode provocar uma revolução no mercado de IA.

Sua capacidade de combinar inovação com eficiência pode forçar grandes empresas a reconsiderar suas abordagens e reduzir custos, favorecendo soluções mais sustentáveis e acessíveis.

Como surgiu a startup chinesa?

Fundada em 2023 na China, a DeepSeek emergiu como uma força disruptiva no campo da IA.

Sua missão inicial, orientada para a pesquisa científica e não para lucros imediatos, a distingue de outras empresas que se concentram na comercialização rápida de suas inovações.

A startup cresceu rapidamente, surpreendendo especialistas do setor, ao apresentar o DeepSeek-R1, um modelo altamente eficiente e capaz de competir com as soluções mais avançadas, como o OpenAI 1, mesmo com o uso de chips mais baratos e enfrentando restrições de exportação dos EUA.