quarta, 17 de abril de 2024
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Educação financeira também é assunto de criança

Dias das Crianças é um boa oportunidade para fazer os pequenos refletirem sobre o uso responsável do dinheiro

11 outubro 2019 - 17h52Por Redação SpaceMoney

O final do ano se aproxima e, com ele, chegam as datas em que as pessoas costumam gastar mais dinheiro.

A primeira delas é o Dia das Crianças, comemorado neste sábado, 12 de outubro. Como a SpaceMoney já ensinou para você, para não gastar absurdos nesse dia basta se planejar financeiramente.

Mas outra questão que pode surgir nessa data é: educação financeira também é um assunto para crianças? Posso falar sobre dinheiro com meus filhos? Existe uma idade ideal para iniciar um investimento para eles?

A resposta para todas essas questões é sim! Com certeza! Continue lendo a matéria porque a SpaceMoney vai te ajudar a fazer isso da melhor maneira.

Qual a importância de as crianças saberem sobre educação financeira?

Primeiro de tudo, você sabe quais são os benefícios de iniciar as crianças no mundo financeiro? Na visão da Mariana Congo, educadora financeira da fintech de investimentos Magnetis, a educação financeira traz benefícios além do dinheiro.

“Hoje as crianças são muito ansiosas, querem tudo de imediato. A educação financeira traz a premissa de que, para ter um retorno e colher frutos, você precisa esperar, ter paciência e saber ter disciplina. Lidar com a espera é uma lição muito importante dessa temática”, opinou Congo.

Na experiência de Congo, as lições de educação financeira também refletem no comportamento da criança. “Quando os pequenos aprendem o valor das coisas eles reconhecem o esforço dos outros. Esse reconhecimento pode influenciar para que eles cresçam como pessoas menos consumistas e materialistas”, analisou.

Está convencido de que introduzir esse tema na educação do seu filho traz benefícios diversos? Mas, como fazer essa iniciação? Veja abaixo as nossas dicas.

Como os pais podem introduzir o mundo da educação financeira para os filhos?

O universo financeiro não é tão simples de ser entendido. Muitas vezes, até adultos mais experientes enfrentam dificuldades para compreender certos termos desse mercado. Por isso, a principal dica de Congo é facilitar o processo para o seu filho e introduzir o tema de forma indireta.

“Não adianta querer falar muitos conceitos formais porque até os adultos têm dificuldade com isso. Se você fala coisas difíceis para a criança ela não vai se interessar. A introdução mais orgânica, do dia a dia, é bastante benéfica. Jogos que envolvam o cálculo de dinheiro e que estimulem a paciência são alternativas boas”, compartilhou.

Além disso, a educadora financeira indica metáforas para que a criança associe o cotidiano às aplicações do mercado. “Os pais podem até mesmo plantar uma muda com a criança e inserir o processo de cuidado e espera. Indiretamente, vai mostrar para a criança que para alguma coisa crescer e dar retorno leva tempo”, aconselhou.

Quando a criança ficar maior, Congo aconselha que os pais comecem a falar de dinheiro de verdade. “Com idades mais avançadas, é possível mostrar os custos da casa, como as contas são cobradas e pagas. Ao introduzir a criança nesse processo, a proximidade entre pai, mãe e filho aumenta e se cria um vínculo. Se uma mesada for aplicada, os pais devem acompanhar como o filho gasta o dinheiro e quanto ele está guardando. Aconselhar na administração da renda é muito importante”, finalizou.

Educação financeira nas escolas?

A educação financeira é um tema obrigatório na Base Nacional Comum Curricular (BNCC) do Ensino Infantil e Fundamental desde 2018. Assim, o assunto é tratado transversalmente em diferentes disciplinas. Já no Ensino Médio não há obrigatoriedade, mas o Conselho Nacional da Educação estuda sua implantação.

Desde 2010, o governo brasileiro criou a Estratégia Nacional de Educação Financeira (Enef) e desenvolveu o Programa de Educação Financeira nas Escolas. A iniciativa promove o desenvolvimento de livros didáticos e o ensino da temática para 27 mil alunos de todo o Brasil.

Um estudo realizado pelo Banco Mundial mostrou que o programa de educação financeira entre alunos do ensino médio levou a um aumento de 5 a 7% da proficiência financeira dos estudantes. Além disso, a Pesquisa de Educação Financeira nas Escolas, realizada em 2017, aponta que a grande maioria (71%) dos alunos que têm aulas sobre o tema nas escolas ajudam os pais a fazerem compras conscientes.