Se você está familiarizado com o mundo dos investimentos, provavelmente já viu em algum lugar que você precisa de uma corretora de valores para investir em ações, títulos públicos, títulos privados (como CDBs, LCIs, LCAs e debêntures), fundos de investimento e outras aplicações.
Acontece que nem sempre você precisa de uma corretora para investir, mas é certo que elas facilitam (e muito) o processo de compra de ativos financeiros. Nesta matéria, a SpaceMoney vai tentar esclarecer algumas dúvidas sobre o tema e ajudar você a investir da melhor forma.
O que são e o que fazem as corretoras de valores?
As corretoras de valores, ou de investimentos, são instituições que atuam como intermediárias entre investidores e produtos disponíveis para aplicação no mercado.
Geralmente, a corretora disponibiliza um grupo de pessoas especializadas para ajudar o investidor. A corretora não é um como um banco, que emite créditos e proporciona financiamentos. Ela é totalmente voltada para investimentos do mercado financeiro e permite que você faça suas aplicações online.
Muitos investidores pensam que a corretora vai ficar com o seu dinheiro, mas não é bem assim. Vamos pensar nessa instituição como uma loja. Nessa loja você vai encontrar inúmeras opções de ativos. Os produtos que ela oferece, geralmente, atendem a diferentes tipos de investidor: conservadores, moderados e arrojados.
Como as corretoras lucram?
O principal lucro dessas instituições vem de taxas que elas podem cobrar:
- taxa de administração: geralmente está vinculada ao fundo que você escolhe para aplicar. As corretoras geralmente fazem contratos com a entidade emissora do título e captam uma parte da taxa da administração para si. Então, um fundo que cobra 2,00% de taxa de administração não captará a porcentagem completa. Parte vai para a corretora.
- taxa de custódia: é gerada mensalmente pelas corretoras e é determinada pela bolsa de valores. Uma vez que a gestora que “guarda” os títulos públicos e ações da B3 ela deve pagar essa taxa que hoje equivalente a 0,3% do montante da aplicação. A corretora de valores, portanto, recebe essa taxa e repassa à Bolsa mas retém uma parte da mesma como um “pagamento”.
- taxa de corretagem: é cobrada em operações de ações na bolsa de valores. Ela é aplicada cada vez que você compra ou vende um papel, por exemplo. O valor da taxa de corretagem varia para cada corretora ou banco.
É importante lembrar que a cobrança dessas taxas variam entre diferentes corretoras. Algumas instituições assumem a taxa de custódia e, assim, o investidor não precisa pagá-la. No site do Tesouro Nacional você encontra a relação da taxa de custódia dos títulos públicos com as corretoras disponíveis no mercado.
Posso confiar nas corretoras?
Para atuarem como intermediadoras, as corretoras recebem uma autorização do Banco Central do Brasil (Bacen) e são fiscalizadas pela Comissão de Valores Mobiliários (CVM).
Além disso, algumas corretoras possuem selos de certificação, como o Cetip, o Retail Broker e o Execution Broker, todos da B3. Esses títulos garantem a qualidade do serviço e certificam que todas as aplicações que você fizer estarão no seu CPF.
Quais investimentos precisam de conta em corretora de valores?
Se você quer investir em CDBs ou LCIs, por exemplo, você não precisa de uma corretora, pois quem emite esses tipos de títulos são bancos. Você pode abrir uma conta diretamente nesse banco emissor e aplicar seu dinheiro.
É importante lembrar que se você quiser investir diretamente em mais de um título bancário você vai precisar abrir várias contas em bancos, que geralmente cobram uma taxa de administração de conta. Como você já viu, há corretoras que não cobram esse tipo de taxa.
Com a corretora, através de um único cadastro, você terá acesso a diversos fundos e títulos privados. Os bancos, por outro lado, não possuem um leque de ativos tão vasto quanto o das corretoras.
Já no mundo da renda variável, como ações e fundos de renda variável, você obrigatoriamente precisa de uma corretora, porque elas funcionam como agentes de custódia da B3. A bolsa brasileira determina que para aplicar em ações o investidor precisa de um agente para custodiar o ativo, ou seja, proteger o papel que receberá a aplicação.
Cuidados ao escolher uma corretora de valores
Segundo Sérgio Brito, sócio da Ipê Investimentos, o que deve ser analisado primeiro antes de escolher a corretora é o seu perfil de investidor. “Você precisa analisar se o que a corretora tem para oferecer é o que você precisa. Um trader [que negocia ações diariamente] vai precisar de uma corretora com melhor desempenho na tecnologia, que não trave a cotação das ações na hora da abertura do mercado por conta da demanda alta, por exemplo. Um investidor de renda fixa, por sua vez, não vai precisar do equipamento que um trader precisa”, explica.
Além disso, Brito aponta que a quantidade de títulos que a instituição tem sob custódia também é algo pra levar em consideração. “Se você procura por vários produtos e quer variar suas aplicações, ter uma corretora com um leque grande é importante. Mas você pode ter conta em mais de uma corretora”, recorda.
Por fim, ele também aconselhou o investidor a pesquisar a quantidade de reclamações que a empresa acumula para que assim possa avaliar a qualidade do serviço em eficiência e atendimento. No Boletim de Atendimento ao Público da CVM o ranking de número de reclamações recebidas pelas corretoras está disponível para o público.
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