Recentemente, a taxa de juros da economia brasileira, a famigerada Selic, atingiu o menor valor de sua história. Atualmente, situando-se em 5% ao ano no início de dezembro. Isso chama a atenção para um possível cenário que já acontece em outros países, conhecido como “juro real zero”.
Após a crise financeira global de 2008, por exemplo, muitos países baixaram suas taxas de juros para estimular a tomada de crédito. E, com isso estimular o consumo e a produção industrial. E isso motivou investidores a buscar investimentos mais rentáveis, fazendo o dinheiro circular, já que não é interessante ele ficar parado no banco.
Na Spacedica de hoje, vamos falar sobre as chances de o Brasil ter, pela primeira vez, um cenário de juro real zero. E também explicar melhor o que os investidores podem fazer para se proteger.
O que é taxa de juros real?
A taxa de juros real (TJR) é a diferença entre a taxa de juros básicos de um país — a Selic, no caso do Brasil — e a inflação. Isto é, considerando que a Selic, em 2 de dezembro de 2019, era de 5% ao ano, e que a inflação anualizada do país estava em 3,52% (IPCA) ao ano na mesma data, a taxa de juros real era de 1,48% ao ano.
Chegaremos ao juro real zero em breve?
As projeções do Boletim Focus, do Banco Central (BC), divulgadas em 2 de dezembro apontavam para um cenário em que a TJR esteja em 1,02% no final de 2020. Isso seria o menor valor apontado pelo levantamento histórico.
Nesse cenário, então, o rendimento mais comum entre os brasileiros, a caderneta de poupança, que está intimamente ligada aos juros e à Selic, passa a ser um investimento com baixa valorização.
Mas, pelas regras definidas pelo governo, em um cenário de taxa básica abaixo dos 8,5% ao ano, como o atual, a pouança paga 70% da taxa Selic mais a Taxa Referencial (TR), que, em 2019, está em 0%. Considerando a inflação de 3,52%, esse investimento apresenta atualmente rendimento real próximo a zero.
O que fazer com seu dinheiro
O sócio da Ipê Investimentos Sérgio Brito explica que, nesse cenário de juro baixo, investimentos mais conservadores, como a poupança, apenas conservarão o patrimônio. Afinal, para obter maior rentabilidade, é preciso correr um pouco mais de riscos. “A relação é direta: risco e rentabilidade, quanto maior um, maior o outro”, comenta.
“Em se tratando de renda fixa, os melhores investimentos passam a não ser os títulos do tesouro, mas, sim, títulos de empresas privadas”, diz o Brito. Ele comenta que o cenário de juros baixos veio para ficar e se perpetuará por um bom tempo. Com isso, diversificar a carteira é essencial. “São opções as debêntures incentivadas, os CRIs e CRAs, os fundos multimercado e a bolsa, apesar de muita gente ainda ter preconceito com ela, mas é preciso perder o medo. A situação mudou e no longo prazo as pessoas ganham”.
Por sua vez, Leonardo Ghianda, sócio-diretor da SpaceMoney, diz que investimentos na “economia real” também tendem ao crescimento. “Muitos empresários, hoje, vêem com bons olhos reinvestir os lucros no seu próprio negócio, ou, ainda, diversificar seus empreendimentos, como formas de maximizar seus retornos”.
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