No primeiro semestre deste ano, o mercado imobiliário resistiu bem à crise econômica gerada pela pandemia de covid-19, apresentando resultados sólidos e consolidando a recuperação da queda registrada nos últimos anos.
Já entendemos aqui alguns dos fatores responsáveis por esses resultados: mínima histórica da Selic, fazendo com que as pessoas procurassem maneiras de diversificar e aumentar seus rendimentos; a procura por locais maiores, dado o período e tendência de home office; e a facilidade no crédito por parte dos bancos, principalmente da Caixa Econômica Federal..
Mas o que esperar neste segundo semestre e quais são os segmentos mais seguros?
Podemos dizer que os investimentos devem continuar crescendo, com boa parte dos investidores saindo da renda fixa e indo para os Fundos de Investimentos Imobiliários (FIIs), em meio a um cenário ainda favorável, com os juros baixos barateando o crédito imobiliário.
Identificando oportunidades
Com o custo menor, a aquisição de um ativo imobiliário pode ser um bom negócio, considerando seu potencial de valorização e também a renda proveniente de aluguel, mais atrativa do que o rendimento de uma aplicação em renda fixa. Outra boa aposta é a diversificação dos investimentos em fundos geradores de renda, com imóveis de alta qualidade, localizados em regiões nobres e com inquilinos de baixo risco.
Como ilustração, dou o exemplo de um edifício comercial recém-lançado na avenida Faria Lima, na cidade de São Paulo.
Rapidamente, o edifício B32 teve 30% de seu espaço alugado para o Facebook, em um momento de ceticismo quanto às perspectivas do mercado de escritórios por causa da adoção do home office por boa parte das empresas. Com essa entrada, o B32 está agora com 60% de seu espaço alugado e grande parte de seus inquilinos voltados para o setor de tecnologia, uma mudança da característica da região, anteriormente dominada por escritórios de advocacia e do mercado financeiro.
Os nichos mais seguros
Há muitos outros exemplos de sucesso nesse segmento de empreendimentos triple A, caracterizado pela mais alta qualidade em padrões construtivos e tecnologia de sistemas prediais. Além disso, esses empreendimentos geralmente são em regiões nobres, com altos valores do m² e inquilinos, teoricamente, de baixo risco.
Assim, podemos destacar como segmentos mais “seguros” para investimentos: as lajes corporativas triple A em áreas centrais e alugadas para grandes empresas; galpões logísticos com contratos de aluguel mais longos e inquilinos sólidos; Fundos de Fundos (FOFs) que, por sua natureza, já são diversificados, diluindo os riscos; e os Fundos de Papel, que investem em ativos de renda fixa, entre eles os recebíveis imobiliários (CRI), e têm garantias reais, lastreadas em imóveis, por exemplo.
Portanto, o mercado imobiliário se manterá como um dos segmentos que ajudarão a retomada da economia. E, dentro dele, também podemos destacar alguns nichos que tendem a ser mais atrativos do que outros.
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