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Renda fixa: tudo o que você precisa saber sobre o tema

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Em uma pesquisa feita pela Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais (Anbima), 25% dos entrevistados disseram ter feito algum investimento em 2018. Dos 8% que investiram em produtos do mercado financeiro, 80% optaram pela caderneta de poupança, que apesar de ser um produto da renda fixa, não é tão rentável quanto outras opções. A renda fixa é um tipo de investimento do mercado financeiro que inclui diversos produtos, muitos deles ainda pouco conhecidos. Quer conhecer melhor sobre o que é a renda fixa, quais as vantagens e desvantagens desses investimentos, quais são os seus tipos, rentabilidade e como investir nesse mercado com segurança? É só continuar a leitura!

O que é a renda fixa?

Você, provavelmente, já ouviu falar em agiotas, certo? O que o agiota faz é emprestar dinheiro às pessoas que estão precisando e, no tempo determinado, ele recebe o valor emprestado mais os juros cobrados. É praticamente assim que funciona o mercado de renda fixa tendo, entre outras, uma grande diferença: a agiotagem é ilegal. No mercado de renda fixa, todos os trâmites são legalizados e o investidor empresta seu dinheiro por meio de títulos de dívidas públicas ou privadas. No momento de resgate do dinheiro aplicado você recebe, como forma de remuneração, além do valor que foi emprestado, os juros que renderam. Investir na renda fixa é muito simples e seguro. Por isso, não deixe de conhecer melhor sobre esse mercado e suas opções para não deixar de fazer seu dinheiro trabalhar por você.

Quais são os tipos de renda fixa?

É comum imaginar que a renda fixa é totalmente previsível, mas não é bem assim. Podemos dizer que esse mercado está dividido em 3 grandes grupos que são essenciais para as opções de investimento:

  • taxa pré-fixada — no momento da aplicação, você já sabe a taxa que vai receber pelo tempo que seu dinheiro vai ficar emprestado;
  • A taxa pós-fixada — varia de acordo com algum índice, então, é apenas no momento do resgate que você sabe quanto realmente rendeu;
  • taxa indexada à inflação — é uma mistura entre pré e pós-fixada, pois você vai receber uma taxa definida, mais uma taxa de algum indicador.

Entre elas, a opção mais conservadora é a pós-fixada, uma vez que assegura um rendimento geralmente acima da inflação, então garante que seu dinheiro vai render mesmo em caso de desequilíbrio econômico do país. Entretanto, você só vai saber seu montante total quando for resgatar o dinheiro. Entre pré e pós-fixada, existem várias opções de investimentos financeiros. A seguir, daremos mais detalhes sobre os principais tipos para auxiliar você na decisão.

LCI e LCA

São bem parecidos, a maior diferença entre eles é que a LCI (Letra de Crédito Imobiliário) está direcionada aos financiamentos imobiliários, enquanto a LCA (Letra de Crédito do Agronegócio) está relacionada com os financiamentos do agronegócio. As principais características desses títulos são:

  • pode ser pré ou pó- fixada;
  • considerado de baixo risco;
  • isento de Imposto de Renda;
  • coberto pelo FGC (Fundo Garantidor de Crédito);
  • resgate do título só pode ser feito na data de vencimento.

Fundo de investimentos em renda fixa

Como características principais que identificam esse título, podemos citar:

  • Trata-se de um conjunto de investidores (cotistas) que faz uma aplicação coletiva;
  • Pode ser vantajoso para quem tem pouco capital para investir;
  • é regido por um regulamento;
  • as principais decisões são tomadas em Assembleia Geral dos Cotistas;
  • a gestão do fundo de investimento é exercida por um administrador — que deve estar credenciado na CVM (Comissão de Valores Mobiliários) — escolhido pelos cotistas;
  • a instituição financeira que administra o fundo costuma cobrar uma taxa de administração;
  • as principais vantagens de se investir num fundo são o acesso a diferentes mercados, liquidez diária, diversificação na carteira de investimentos e baixos custos de transação.

Tesouro Direto

É um dos títulos mais conhecidos e procurados pelos investidores iniciantes. Seus atributos são:

  • emitidos e garantidos pelo Governo Federal, Estadual ou Municipal;
  • vendas podem ser feitas por meio de Oferta Pública com realização de leilões, venda direta pelo Tesouro e emissões destinadas a atender às necessidades específicas previstas em lei;
  • qualquer pessoa pode investir por meio do Tesouro Direto;
  • são considerados de baixíssimo risco;
  • rentabilidade pode ser pré, pós-fixada ou indexada;
  • o investidor pode vender seus títulos a qualquer momento, estando sujeito aos preços de mercado vigentes na data da venda, podendo ter diferenças no retorno previsto para todo o tempo de aplicação.

Quais as vantagens e desvantagens de investir em renda fixa?

Vantagens

Segurança

Muitas pessoas confiam cegamente em bancos tradicionais, o que as leva a deixar todo o seu dinheiro na poupança. Mas a falta de conhecimento faz com que essa mesma pessoa tenha medo de investir nos títulos públicos do Tesouro Nacional. Vamos pensar rápido: quem tem mais chance de quebrar? O banco ou a União? Seguramente, o banco. Por isso, lembre-se sempre que os investimentos de renda fixa que, geralmente, são atrelados ao Tesouro Direto, são empréstimos que você faz à União e, por isso, o risco de inadimplência é baixíssimo, quase nulo. É preciso que o país quebre para que isso venha a acontecer. Existem, ainda, aqueles títulos que não são de responsabilidade da União, como as LCIs e LCAs. Nesse caso, você tem sua aplicação protegida pelo FGC, que garante até R$ 250 mil por instituição e CPF.

Isenção de Imposto de Renda

Alguns títulos cobram imposto de renda sobre os seus rendimentos. Essa é uma porcentagem que varia a depender do título escolhido e do tempo de aplicação. Quanto maior for o prazo para retirada do dinheiro, menor costuma ser o imposto que incide. Entretanto, alguns produtos financeiros têm a isenção de imposto de renda. É o caso da tão tradicional caderneta de poupança, da LCI e da LCA. Então, esteja sempre atento se o título escolhido tem incidência de imposto de renda, pois isso vai ser “descontado” do crédito resgatado.

Liquidez

A liquidez é a facilidade do seu ativo se transformar em dinheiro e a sua capacidade de resgatar o capital. Entretanto, existem alguns tipos de liquidez que você pode se deparar no momento de escolher em qual título financeiro investir. É possível citar alguns tipos mais comuns, são eles:

  • liquidez diária — significa que o dinheiro pode ser resgatado no próximo dia útil após a solicitação;
  • A liquidez imediata — quer dizer que o capital vai entrar na conta no momento da solicitação de resgate;
  • liquidez no vencimento — o dinheiro só retorna com seus rendimentos caso seja resgatado na data estabelecida no momento do investimento.

Por isso, se você ainda estiver montando sua reserva de emergência, não vale a pena investir nas opções de liquidez no vencimento, pois, caso precise resgatar antes do previsto, corre o risco de perder seus rendimentos. Por outro lado, existem aqueles títulos que você consegue fazer a retirada do dinheiro mais rápido, sem perder nada de sua aplicação, como é o caso do Tesouro Selic.

Desvantagens

Menor rendimento

O rendimento, na renda fixa, está diretamente atrelado ao tempo que o recurso fica aplicado. Por isso, se você faz investimentos de curto prazo, não vai render muito. Diferentemente da renda variável que, a depender do caso, rende muito em pouco tempo. Além disso, dependendo do tipo de liquidez de seu ativo, você vai perder dinheiro ao resgatar antes do prazo previsto.

Taxas

Assim como na maioria dos investimentos que são realmente rentáveis, algumas taxas podem ser cobradas pela corretora que vai administrar o seu fundo. Afinal, como em qualquer empresa, ela precisa de capital para se manter e ter uma equipe qualificada e confiável. Entre as taxas, alguns exemplos das que podem ser cobradas são:

  • taxa de custódia;
  • A taxa de corretagem;
  • As próprias taxas do tesouro direto.

O que realmente importa no momento da escolha do título a investir é a sua rentabilidade real. Então, é preciso descontar as taxas do rendimento esperado para saber se aquele ativo vale a pena ou não. Mas em alguns casos, em especial, se você estiver começando e não sabe nada ou quase nada sobre o assunto, pode ser que valha a pena pagar taxas maiores se for uma corretora que você acredita no trabalho.

Qual a diferença entre renda fixa e renda variável?

Para ser um bom investidor, é importante você entender a relação entre risco e retorno. O risco é a possibilidade de não alcançar o retorno esperado por você. Essas duas métricas variam em cada investimento e dependem do perfil de cada pessoa, por isso, não existe um risco ou um retorno ideal para todos, já que cada investidor tem a sua realidade. Vale ressaltar, no entanto, que quanto maior for o risco assumido, maior tende a ser o retorno. Os títulos da renda fixa são, apesar de tudo, mais estáveis que os produtos do mercado de renda variável, isto é, têm menor risco. Logo, costumam oferecer também menores rendimentos se comparados com a renda variável. Nessa última, você não consegue prever quanto seu investimento vai render, já que depende de oscilações do mercado. Assim, é possível ter grandes ganhos, mas também há a possibilidade de perdas. Por isso, se você está iniciando nesse mundo, opte pelos investimentos de renda fixa, uma vez que os variáveis exigem bastante conhecimento para tomar as melhores decisões e escolher os melhores títulos. Então, leia sempre muitas dicas sobre o assunto, para se inserir com mais segurança nesse mundo.

Qual é a rentabilidade dos investimentos de renda fixa?

A taxa que rege o mercado financeiro é a taxa Selic. Atualmente, essa taxa está fixada em 4,5% a.a., sendo que a inflação prevista para este ano está em 3,86% e, para 2020, em 3,6%. Assim, a taxa de juros real está mais baixa, isso quer dizer que os investimentos de renda fixa não estão mais tão atrativos. Mas, calma, não precisa desistir desse tipo de investimento, pois ainda tem alguns produtos que continuam sendo muito rentáveis. Você pode procurar por corretoras que tenham as menores taxas ou títulos de longo prazo que tenham seu rendimento indexado ao IPCA, já que, como explicamos, ele está atrelado à inflação. Assim, você fará um investimento seguro e rentável ao mesmo tempo. Como cada tipo de investimento tem suas taxas e juros específicos, utilize um simulador para conseguir comparar a rentabilidade de cada um. Além disso, esteja sempre atento aos índices e atualizações do mercado para entender o que está fazendo com seu dinheiro.

Como investir na renda fixa com segurança?

Você pode investir na renda fixa por intermédio de instituições bancárias ou corretoras de valores. Para escolher a melhor corretora, é essencial seguir alguns passos, como:

  • observar as certificações da corretora, como selo Cetip;
  • assegurar que a instituição é cadastrada na CVM;
  • verificar se a corretora é habilitada pelo Tesouro Direto;
  • pesquisar sobre a reputação da empresa.

Não é necessário que a empresa tenha tudo o que foi citado acima. Porém, você vai analisar todos os requisitos juntos, para balancear entre eles e ter a garantia de que escolheu uma instituição confiável. Assim, possivelmente, você vai se tornar cliente daquela que tem as melhores opções de investimentos e garantias para oferecer aos seus clientes. Além disso, é importante aplicar o dinheiro numa carteira diversificada, ou seja, fazer diferentes tipos de investimentos. A vantagem é que o seu capital não estará todo exposto ao mesmo risco, então estude os investimentos disponíveis no mercado e distribua seus recursos nas que mais tem a ver com seus objetivos. Existem diversas opções de investimentos na renda fixa, mas não tem como falar qual o melhor para cada pessoa. Essa é uma decisão que somente você consegue tomar, pois depende de seus objetivos e realidade financeira. Vale a pena simular algumas opções e compará-las, para assim tomar uma decisão mais acertada. Caso ainda tenha dúvidas, queira entender melhor sobre o assunto ou queira ajuda para iniciar seus investimentos na renda fixa, entre em contato com os assessores de investimentos da SpaceMoney.