CRI e CRA

Investimentos CRI e CRA: entenda os riscos e saiba como investir

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Até então um pouco menos conhecidos do que outras aplicações, os investimentos CRI e CRA vêm chamando a atenção dos investidores e passando a compor carteiras dos mais diversos perfis.

Para entender como essa aplicação funciona, o que fazer para investir nela e conhecer quais os riscos existentes, preparamos este post com tudo o que você precisa saber sobre CRI e CRA. Ficou interessado no assunto? Boa leitura!

O que são o CRI e o CRA?

Os certificados de recebíveis imobiliários (CRI) ou os certificados de recebíveis do agronegócio (CRA) são títulos privados emitidos por empresas que representam a promessa de um pagamento em uma data preestabelecida a quem investe neles. Como o próprio nome dá a entender, esses certificados de recebíveis são utilizados para viabilizar projetos dos setores imobiliários e do agronegócio.

Tanto CRI quanto CRA guardam semelhanças com outras modalidades de investimento, principalmente as Letras de Crédito, tanto imobiliário quanto do agronegócio, conhecidas como LCI e LCA.

Contudo, quem emite cada um dos títulos e quem garante os pagamentos diferencia as duas formas de investimento. As Letras de Crédito geralmente são emitidas por bancos, para que esses possam captar dinheiro e, assim, conseguir oferecer crédito para financiar projetos imobiliários ou do agronegócio. Em troca, quem investiu no título recebe parte dos juros de volta como remuneração no vencimento do papel.

Os certificados de recebíveis, por sua vez, são emitidos e pagos pelas próprias empresas interessadas em captar recursos, por meio de um processo chamado de securitização, que funciona como uma espécie de antecipação de recebíveis.

Um exemplo ajuda a entender melhor como isso funciona. Imagine, por exemplo, uma construtora que está tocando um novo empreendimento imobiliário com duas torres de apartamentos residenciais, comercializando parte das unidades ainda na planta, com prazos bastante longos de vencimento.

Em situações normais, a construtora teria de esperar até o pagamento da última parcela para receber todo o dinheiro de volta, com o risco de parte dos compradores dar calote e não honrar seus compromissos.

No entanto, essa construtora tem uma alternativa: ela pode procurar uma empresa securitizadora, que oferece a antecipação desses créditos e fica com o direito de receber o dinheiro pago pelos compradores dos imóveis. Depois disso, ela emite os certificados de recebíveis e quem compra os títulos obtém a rentabilidade dos juros no período.

Nos CRI, praticamente qualquer operação financeira que tenha como garantia um imóvel pode ser securitizada. Já no CRA, a securitização pode ser feita em negócios de produtos rurais ou cooperativas, envolvendo empréstimos ou financiamentos oriundos da comercialização, do beneficiamento ou da industrialização de produtos agrícolas, insumos ou maquinários necessários à produção desse setor.

Quais são as características desses investimentos?

Os CRIs e CRAs compartilham muitas características com as LCIs/LCAs. Logo de cara, ambas as aplicações são classificadas como renda fixa. Além disso, todos esses títulos podem ter rentabilidade pré ou pós-fixadas.

Os títulos com rentabilidade prefixada têm rendimento estabelecido no momento da compra do papel. Já nos pós-fixados, a rentabilidade é paga a partir da oscilação de um indicador econômico, como o CDI, taxa de juros ou mesmo a inflação. Além disso, esses títulos podem pagar a soma de um desses indicadores mais uma taxa prefixada no momento da compra.

Um dos atrativos desse tipo de investimento é a isenção da cobrança de imposto de renda. Por outro lado, o vencimento desses títulos costuma mirar prazos que variam entre o médio e o longo.

Por muito tempo, para investir em CRI ou CRA era necessário ter altos valores. Felizmente isso mudou e, atualmente, com uma boa pesquisa, pessoas físicas podem encontrar título dessa categoria com aportes iniciais em torno de R$ 1 mil.

Como investir em CRI e CRA?

O modo de investir em CRI e CRA também é similar com o investimento em LCI e LCA ou outras aplicações em renda fixa. Dessa forma, o primeiro passo envolve abrir a conta em uma corretora de valores com boa reputação e que ofereça esses títulos.

Com a conta aberta, transfira o dinheiro a ser investido para ela e escolha quais os títulos mais alinhados com seu perfil e metas de investimento. Nessa hora, é importante também considerar os custos para aplicar em CRI e CRA, ainda que essa aplicação seja isenta da cobrança de IR, como mencionamos.

Por outro, as corretoras podem impor a cobrança de algumas taxas. A mais comum é a de administração, que costuma incidir sobre o valor investido, o que pode comprometer sua rentabilidade. Logo, entender como obter taxas melhores é essencial. É possível fazer isso pesquisando entre diversas corretoras, por exemplo, já que algumas costumam oferecer condições mais vantajosas para quem aplicar um valor mínimo.

Quais são os riscos dessa forma de aplicação?

A ausência de cobertura do Fundo Garantidor de Crédito (FGC) nessas aplicações exige atenção do investidor redobrada, uma vez que os riscos de mercado podem comprometer a aplicação. É o caso, por exemplo, dos devedores deixarem de pagar o imóvel que financiaram.

Entre esses cuidados está avaliar qual a nota da agência de rating, caso os títulos tenham sido avaliados no momento da emissão. Quanto melhor a nota do ativo, menores os riscos de ter problema com o investimento. Ainda nesse sentido, avaliar a qual garantia o título está atrelado também costuma ser recomendável para ponderar sobre tais riscos.

Outra forma de estimar o risco é por meio da rentabilidade. Quase sempre promessas de retornos melhores estão acompanhadas de uma exposição ao risco mais elevada. Nessas horas, cabe ao investidor avaliar se correr esse risco maior vale a pena diante dos seus objetivos com aquela com aplicação.

É preciso considerar também a baixa liquidez dos investimentos em CRI e CRA. Como o prazo do vencimento dos títulos é bastante alongado, quem precisar reaver seu dinheiro antes terá de revender sua aplicação. A questão é que não existe um mercado secundário estruturado para isso, o que torna difícil encontrar um comprador. Ou seja, o ideal é não contar com o dinheiro investido até o seu vencimento.

Investimentos em CRI e CRA podem ser uma boa oportunidade para você que está procurando mais formas de diversificar sua carteira ou quer encontrar opções de renda fixa mais rentáveis. De todo modo, é sempre bom considerar as características e os riscos dessa forma de aplicação, sempre de acordo com seu perfil. Somente assim será possível identificar os melhores investimentos para você.

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