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Educação financeira para crianças: por que e quando começar a investir?

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É comum achar que dinheiro é “coisa de adulto” e que não é necessário se preocupar com a educação financeira para crianças. Afinal, elas terão muito tempo para aprender sobre isso quando começarem a trabalhar.

No entanto, os resultados dos níveis de educação financeira no Brasil mostram que as coisas não funcionam assim. A porcentagem de famílias endividadas, por exemplo, já chegou a 66,2% em março de 2020.

Uma das razões para esse endividamento é a falta de conhecimentos sobre dinheiro, juros, crédito e débito, além de outros conceitos importantes na vida das famílias brasileiras.

Por isso, é essencial que os pais pensem na educação financeira para crianças o quanto antes, de modo a garantir um bom futuro para os filhos.

Quer saber como trabalhar a educação financeira dos seus filhos? Então siga a leitura desta Spacedica!

Quando iniciar a educação financeira?

Uma das principais questões sobre a educação financeira para crianças é quando começar a ensinar os primeiros conceitos para os filhos. Qual é a melhor idade para isso?

É importante entender que o processo de aprendizado das crianças é muito diferente dos adultos. Por exemplo, a capacidade de pensamento abstrato, dedutivo e hipotético só vem a partir dos 12 anos, segundo Piaget.

Por isso, é importante começar o ensinamento aos poucos e com conteúdos que se adaptem à capacidade cognitiva da criança em seus vários estágios de desenvolvimento.

Dos 2 aos 4 anos, por exemplo, a criança já tem condições de entender qual a diferença de R$5 ou R$10. No entanto, já pode também começar a compreender que o dinheiro é um condicional para a obtenção de produtos e serviços.

Por isso, os pais devem ensinar que nem sempre é possível comprar tudo o que se quer para que as crianças entendam que existem limites e aprendam a lidar com isso.

Dos 5 aos 8 anos, a criança já começa a aprender operações matemáticas bem simples, como adição e subtração, e já pode começar a aprender a diferença entre valores. Por exemplo, ensine que com R$10 não dá para comprar um brinquedo e um sorvete. Portanto, ela precisa escolher.

Já dos 9 aos 12, o desenvolvimento da criança avança mais e ela já começa a entender conceitos como contas domésticas, desperdício de dinheiro, pesquisa de preço e já pode comparar opções.

A partir dos 12 anos, a criança já pode começar a ter seu próprio dinheiro (desde que atrelado a certas condições) e já tem a capacidade de lidar com planejamento financeiro, pensar no futuro, avaliar custo-benefício e outros conceitos.

Quais ferramentas ajudam a incentivar a educação financeira?

Um dos erros dos pais que desejam ensinar educação financeira para crianças é tentar apresentar o mundo financeiro pelo contexto adulto, usando conceitos e definições difíceis demais para o filho entender.

Existem diversas ferramentas lúdicas que ajudam a ensinar educação financeira para crianças de maneira simples e divertida. Veja algumas a seguir!

Livros

Atualmente, existem algumas boas opções de livros e quadrinhos que apresentam os conceitos mais básicos do mundo financeiro para os mais jovens.

Possivelmente, não haverá nada que fale sobre variação de taxa de juros ou criptomoedas (nem é interessante que a criança saiba disso), mas há muito material de qualidade para ensinar sobre poupança, uso consciente do dinheiro e não gastar mais do que recebe.

Desenhos

Para os mais novos que gostam de assistir desenhos na televisão, existem bons programas que usam conceitos de educação financeira para crianças.

Uma das vantagens dos desenhos educativos é que eles usam de ferramentas audiovisuais para passar os ensinamentos de maneira mais profunda para as crianças. Só garanta que o material que você vai exibir é adequado antes de mostrar aos seus filhos.

Brincadeiras

Existem muitas boas brincadeiras e jogos que ajudam as crianças a aprenderem na prática conceitos de educação financeira. A vantagem dos jogos é que eles são divertidos e engajam os mais novos mais facilmente.

Um bom jogo para ensinar o dinheiro é o Banco Imobiliário, embora seja recomendado para as crianças a partir dos 12 anos.

Outro boa brincadeira para os mais novos é criar um “mercadinho” em casa, com objetos de plástico como cenouras, leite e pães. Dê algumas moedas de brinquedo para a criança e ensine na prática como funciona o processo de compras.

Como ensinar educação financeira?

Se você está se preparando para ensinar educação financeira para seus filhos, confira abaixo 3 excelentes práticas que ajudarão nessa tarefa!

1. Ensine por exemplos e não por lições

Muitos pais aprendem desde cedo que o “faça o que eu digo, não o que eu faço” não funciona com as crianças. Isso acontece porque elas aprendem muito mais por exemplo do que por lições.

Por isso, se você quiser ensinar educação financeira para seus filhos, comece por mudar seus hábitos. Mostre para eles, na prática, como você monta uma reserva financeira, como faz decisões de compras e como se preocupa com o futuro.

Garanta que sua casa tenha um bom ambiente financeiro, com adultos que sabem lidar com o dinheiro, e as crianças aprenderão naturalmente a fazer o mesmo.

2. Dê comissões por trabalhos

Sempre que for dar dinheiro para o seu filho, seja com uma mesada, seja por recompensas, não faça em cima de coisas que são responsabilidades dele, como tirar boas notas ou arrumar o quarto.

Estimule que ele trabalhe em pequenas tarefas (ajudar a lavar o carro, arrumar a casa etc.) e faça mais do que o mínimo para receber o dinheiro.

3. Inclua a criança nas decisões

Uma boa maneira de aprendermos qualquer coisa é fazendo na prática. Por isso, inclua a criança em decisões financeiras de pequeno porte, para que ela possa aplicar os conceitos que aprendeu. Por exemplo, leve-a ao supermercado para ensinar a pesquisar preços.

Como escolher e preparar o futuro financeiro de uma criança?

Investir para o futuro dos filhos é um passo importantíssimo da educação financeira para crianças. Afinal, a aplicação desde cedo ajuda os mais novos a terem um futuro mais próspero e confortável.

Por isso, comece assumindo o controle de todos os investimentos feitos pensando no futuro do seu filho, especialmente na sua previdência.

Opte por investimentos que serão mais seguros e que se beneficiarão do poder dos juros compostos para aumentar a lucratividade. Afinal, se você começar a investir quando a criança nascer, ela terá no mínimo 18 anos de rendimentos até pensar em usar o dinheiro.

No entanto, lembre-se que é muito importante pensar na inflação quando planejamos um futuro financeiro tão longínquo (18, 20, 25 anos). Por isso, monte uma carteira que terá maneiras de proteger o valor do dinheiro aplicado.

É fato que a educação financeira para crianças é essencial para que elas tenham um bom futuro e não passem por problemas com dinheiro. Seguindo as dicas mencionadas aqui, ficará mais fácil ensinar para os seus filhos o que eles precisam saber sobre o assunto.

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